18 C
São Paulo
20 de setembro de 2024

Morrer pela pátria e viver sem razão

O que chama atenção são as justificativas do treinador para explicar a sua lista de jogadores que irão à Copa e outra lista, a da exclusão.<br /><br />A entrevista coletiva do treinador pareceria uma palestra de auto ajuda, com requintes de apelo ao patriotismo. Não vale aqui debater se a seleção feita é a melhor, se faltou este ou aquele jogador. Certamente, não se chegará a um acordo geral.<br /><br />O que interessa aqui é listar algumas das suas palavras e ver o que elas significam:<br /><br />- comprometimento;<br />- amor pela camisa amarela;<br />- confiança;<br />- patriotismo.<br /><br />Em suas justificativas viu-se apego elevado a elementos de auto ajuda: apanhar, ser surrado, perder sangue e, mesmo assim, olhar para o caminho a que se desejar chegar. Puro conformismo com a surra e capitulação pura.<br /><br />O pior vem agora: ele não disse, mas tudo isso pode significar: “Morrer pela Pátria e viver sem Razão”. O moço tem a mamãe professor de geografia em uma das piores épocas da história brasileira: a ditadira militar. Não dá para fazer acusações levianas, mas isso nos remete às antigas aulas de OSPB, Organização Social e Política do Brasil, utilizadas para fazer a cabeça das crianças em um época em que morrer pela pátria nem sempre era um opção voluntária.</p>