Cristiane Geminiano (*)
O TikTok, uma das plataformas de mídia social mais populares do mundo, está sob ameaça de proibição nos Estados Unidos. A decisão será analisada pelo Supremo Tribunal em 10 de janeiro de 2025 e tem gerado atenção de criadores de conteúdo, anunciantes e empresas que utilizam a plataforma para comunicação e marketing.
A discussão envolve questões de segurança nacional, devido à propriedade chinesa do aplicativo. As administrações de Joe Biden e Donald Trump já manifestaram suas posições sobre o caso, enquanto o mercado acompanha o desdobramento.
Alternativas ao TikTok nos EUA
Nos Estados Unidos, existem várias plataformas que oferecem funcionalidades semelhantes às do TikTok, permitindo a criação e compartilhamento de vídeos curtos:
- Instagram Reels: Ferramenta integrada ao Instagram para vídeos curtos e envolventes.
- YouTube Shorts: Plataforma de vídeos curtos integrada ao YouTube, com foco em conteúdos dinâmicos.
- Snapchat Spotlight: Área dedicada a vídeos virais dentro do Snapchat.
- Triller: Plataforma voltada para vídeos musicais e edição automatizada.
- Dubsmash: Aplicativo focado em vídeos dublados e performances criativas.
Apesar dessas alternativas, o TikTok domina o mercado de vídeos curtos, representando uma participação significativa no setor.
Impacto Econômico do TikTok nos EUA
- Base de Usuários: O TikTok possui aproximadamente 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, representando uma parcela expressiva da população.
- Investimentos: A empresa afirma ter investido mais de US$ 2 bilhões no país, contribuindo para a economia local.
- Comércio Eletrônico: O TikTok tem como meta expandir suas operações de comércio eletrônico nos EUA para cerca de US$ 17,5 bilhões em 2024.
Possíveis Impactos de uma Proibição
- Setor de Compras via Redes Sociais: A proibição pode causar uma grande redistribuição no mercado de compras em redes sociais, exigindo que empresas que dependem da plataforma para vendas e marketing ajustem suas estratégias para outras plataformas.
- As Big Tech saem no lucro: Gigantes como Google, Meta e Snap podem acumular cerca de US$ 431 bilhões em valor de mercado caso o TikTok seja proibido, devido ao aumento de participação no mercado de anúncios digitais.
- Pequenas Empresas: Cerca de sete milhões de pequenas empresas nos EUA utilizam o TikTok para alcançar clientes, o que torna sua proibição um potencial “golpe” econômico.
O que alega o TikTok em sua defesa?
O TikTok argumenta que a proibição viola a Primeira Emenda dos usuários americanos, que protege a liberdade de expressão. A empresa também destaca que adotou medidas para proteger os dados dos usuários nos EUA, incluindo o armazenamento dessas informações em servidores locais (repatriação dos dados), minimizando preocupações de segurança nacional.
Trump pode intervir?
Antes da sua posse, Donald Trump já havia solicitado à Suprema Corte dos EUA que suspendesse a lei que prevê a proibição do TikTok. Ele defende que seu governo deve ter tempo para buscar uma “resolução política” para o caso, ao invés de implementar uma proibição imediata.
Mercado Publicitário e Estratégias Digitais
Empresas e anunciantes têm mantido campanhas na plataforma, apesar da incerteza. Jeremy Cornfeldt, presidente da Tinuiti, agência de marketing digital especializada em campanhas multicanais, afirmou que a maioria dos anunciantes continua investindo no TikTok. A Tinuiti gerencia mais de US$ 3 bilhões em mídia digital e atende clientes como Amazon e Google.
Enquanto isso, algumas marcas estão ampliando estratégias para diversificar investimentos em diferentes plataformas e reduzir riscos associados a uma possível proibição.
Impactos no Brasil e Globalmente
O Brasil é um dos maiores mercados do TikTok, com cerca de 82,2 milhões de usuários ativos em 2023, segundo dados da empresa. No país, a plataforma desempenha um papel importante na economia criativa, gerando oportunidades para publicidade, parcerias e vendas diretas.
Caso o banimento nos EUA se concretize, especialistas avaliam que poderá haver migração de usuários para plataformas como Instagram Reels e YouTube Shorts. A mudança poderia fragmentar audiências e exigir ajustes em estratégias digitais. Além disso, o tema poderá intensificar debates sobre segurança digital e regulamentações de dados no Brasil.
Próximos Passos
O caso será analisado pela Suprema Corte dos EUA em 10 de janeiro de 2025, e o mercado segue monitorando os desdobramentos. Enquanto isso, criadores de conteúdo e empresas avaliam medidas alternativas e estratégias para adaptação em diferentes cenários possíveis.
(*) Editora da FonteMidia Digital.