27 de setembro de 2025

Rio utiliza geotecnologia na estratégia educacional pública

Uso de sistemas com mapas inteligentes na capital fluminense viabiliza projeto Turno Único na Cidade Maravilhosa e proporciona melhor ensino e educação abrangente.

Para melhorar a qualidade de ensino da população, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através do Instituto Pereira Passos (IPP) em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SME), utilizou da geotecnologia para identificar áreas que mais necessitam de equipamentos públicos de ensino, auxiliando o projeto de implantação do Turno Único, que prevê o aumento da carga horária de quatro para sete horas diárias nas escolas da rede municipal.

Com a adoção de softwares ArcGIS Desktop e ArcGIS Server, da empresa norte-americana Esri, representada no Brasil pela Imagem, foi possível mapear quais escolas devem receber o projeto e quantas precisam ser construídas para suprir a demanda por educação em horário integral na cidade. O Planejamento Estratégico da Prefeitura do Rio de Janeiro prevê que até 2016, 35% das matrículas em escolas públicas municipais sejam atendidas em Turno Único. Isso significa ampliar o atendimento em cerca de 106 mil novas vagas, através da construção de 136 novas unidades e ampliação de 77 unidades existentes.

“Nossa meta é estabelecer um planejamento efetivo que permita a visualização de áreas propícias à prática educacional, viabilizando o projeto estratégico Turno Únicopor meio dos Sistemas de Informações Geográficas, a fim de atender as reais necessidades da população”, explica Luiz Roberto Arueira, Diretor de Informações da Cidade, no Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos. 

Inicialmente a implementação do Turno Único era feita de forma pulverizada na cidade, a partir da utilização de espaços ociosos existentes em áreas de baixa procura por atendimento. Uma vez preenchidos esses espaços, em meados de 2012, foi necessária a elaboração de uma nova metodologia de planejamento para a expansão de vagas.

Com a adoção do sistema GIS como suporte ao planejamento, o primeiro passo para definir a implantação do projeto foi a divisão da cidade do Rio de Janeiro em 232 microáreas que possuíssem aproximadamente a mesma demanda de alunos, de modo que fosse possível calcular a oferta de vagas existente e identificar quais lugares precisam de novas escolas. A divisão foi feita em parceria entre a Diretoria de Informações da Cidade do Instituto Pereira Passos e as equipes das Coordenadorias Regionais de Educação, baseada em critérios como déficit de turmas, áreas fáceis para deslocamento dos alunos, limites de bairros e conhecimento de campo.

Após a definição desses fatores, por meio de consultas e análises espaciais, foram reunidas informações com as Secretarias de Urbanismo, Habitação, Casa Civil e Patrimônio na identificação de terrenos indicados para a construção de novas unidades escolares para cada microárea. Assim, para saber a real demanda de vagas em cada região, foram usados dados da quantidade de pessoas por faixa etária, cálculo do futuro aumento da população e cálculo da quantidade de crianças que precisam de escola pública. Também foram mapeadas as escolas que precisam de reformas e os terrenos mais apropriados para a construção de novas unidades.

Como resultado, foram criadas aplicações web para que cada órgão responsável compartilhe e atualize informações para reorganizar a oferta de vagas na área educacional. Por exemplo, a RioUrbe – Empresa Municipal de Urbanização – pode utilizar esses dados para desenvolver o projeto físico e finalizar a licitação de obras. Para os cidadãos, as conquistas dessas práticas já são perceptíveis. Em 2009, apenas 10% dos alunos da Rede Municipal eram atendidos em turno único. Atualmente, são 20,7%. Segundo a SME, em 2015 19 novas unidades serão inauguradas e passarão a atender em turno único.