Como alguns sabem, estou me mudando para um apartamento novo, e entre a lista de itens a resolver, está a solicitação de transferência da minha internet banda larga, telefone e TV a cabo.</p>
<p>Assim que tive uma previsão da data da mudança já liguei na prestadora de serviços e questionei o prazo da mudança, afinal quem trabalha em casa não pode ficar sem conexão. Fui informada que o prazo era dois dias, ruim para uma tecnologia digital, mas razoável perto do cenário que descobri posteriormente e que compartilho com vocês agora.<br /><br />Dois dias só será possível se, e somente se, todo o cabeamento já estiver feito pela prestadora de serviços no condomínio. E todo esse cabeamento demora no mínimo cinco dias úteis, a partir do momento que se inicia e, para ser iniciado, precisa ter uma autorização assinada do responsável pelo condomínio para que se possa providenciar a ordem de serviço e ver a disponibilidade dos técnicos para execução da tarefa, te parece burocrático?.<br />Bom, sendo assim, vamos estudar a possibilidade de contratar o serviço de outra operadora.</p>
<p>Mas, para saber se há conexão banda larga disponível é necessário primeiro ter uma linha telefônica, mas eu só vou comprar uma linha telefônica se eu tiver conexão banda larga disponível na região… dá para acreditar que em pleno século XXI com toda a tecnologia digital a nosso favor, nos deparamos com problemas analógicos?<br /><br />Claro que o assunto foi pauta em uma das reuniões do corpo síndico com os representantes das operadoras, e um deles revelou que a conexão banda larga está saturada, não comporta mais tanta gente, não consegue atender a demanda. Você compra a linha telefônica, aí você espera por 15 dias para solicitar o serviço de conexão banda larga, só então poderá verificar se há disponibilidade para aquele endereço e, se não tiver, no mês seguinte você tenta novamente e assim, mensalmente, até conseguir comprar a banda larga, que vai cair toda hora e que não vai te oferecer a velocidade contratada devido à “superlotação” no tráfego de dados. <br /><br />E enquanto você não consegue comprar a banda larga pode ficar tentando, sim, só tentando, fazer acesso discado, mas isso depois de conseguir instalar a linha telefônica. Fui lá ver se conseguia, então, passar por toda essa maratona, tive mais uma surpresa: a operadora não pode instalar nenhuma linha, até que a prefeitura autorize a instalação da central. Mais burocracia e morosidade. Restou-me apenas a conexão móvel, afe, prefiro nem comentar, isso já é assunto pra outro post…Ai, como é complicado conseguir trabalhar!.<br /><br />Esse é nosso atual cenário de acessibilidade. O que nos leva a concluir como estamos reféns da tecnologia e escravos das operadoras.<br /><br />E na TV a gente é bombardeada com anúncios lindos e criativos oferecendo até 100 mega (no singular, por estratégia do publicitário analfabeto que mata a nossa língua, à custa de bons salários, eu sei). Mas, em muitos bairros da maior cidade da America Latina não há qualquer mega possível de acesso.<br /><br />Isso me fez lembrar uma matéria que li nos jornais há alguns dias que a pessoa que mentir no seu currículo poderá ser presa. Quem mentir ao patrão vai preso, mas, quem mentir pelo patrão e em nome dele, a mando dele, não vai não. Pode mentir à vontade que a lei do patronato te garante a liberdade.</p>
<p>(*) è jornalista da Equipe IT Portal</p>
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