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23 de fevereiro de 2025

Da Garagem ao Sucesso

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O ano agora &eacute; 1978. A cidade &eacute; Bras&iacute;lia. O pa&iacute;s vive o in&iacute;cio da abertura pol&iacute;tica com a revoga&ccedil;&atilde;o do AI-5. Ao som de Sex Pistols, Ramones e The Clash, dois jovens se conhecem e descobrem de imediato suas afinidades. Um &eacute; baterista e atende pelo nome de Felipe Lemos, ou simplesmente, F&ecirc; Lemos. O outro &eacute; baixista e guitarrista, e mais ainda, um grande compositor e vocalista. Trata-se de Renato Russo e a banda que viria a ser formada tempos depois se consagraria pelo nome de &ldquo;Aborto El&eacute;trico&rdquo;.<br />
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A Microsoft tornou-se uma das empresas mais valorizadas e lucrativas. Numa &eacute;poca em que todos apostavam suas fichas no hardware, Gates vislumbrou a hegemonia futura do software. O servi&ccedil;o em lugar do produto. A intelig&ecirc;ncia acima da m&aacute;quina. O Aborto El&eacute;trico foi extinto em 1982, mas aquela banda de punk rock viria a influenciar toda uma gera&ccedil;&atilde;o de m&uacute;sicos brasileiros. F&ecirc; Lemos e o Capital Inicial, Renato Russo e a Legi&atilde;o Urbana. Da garagem para o mundo. Do mundo, para a hist&oacute;ria.<br />
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Visto sob este prisma parece que tudo aconteceu de maneira linear, harmoniosa e previs&iacute;vel. Da simplicidade da garagem, onde aconteciam os ensaios da banda e onde, madrugadas adentro, c&oacute;digos bin&aacute;rios eram combinados, ao sucesso, h&aacute; certamente uma instigante ocorr&ecirc;ncia de eventos revestidos por ang&uacute;stias e frustra&ccedil;&otilde;es, alegrias e conquistas.<br />
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Escrever composi&ccedil;&otilde;es dif&iacute;ceis de serem ritmadas. Constituir uma banda que n&atilde;o ser&aacute; agenciada por qualquer empres&aacute;rio. Fazer uma fita demo que n&atilde;o ser&aacute; ouvida por qualquer gravadora. Tocar para plat&eacute;ias ap&aacute;ticas, talvez desinteressadas, talvez hostis, talvez simplesmente ausentes.<br />
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Empreender em um neg&oacute;cio incerto, intang&iacute;vel, talvez apenas um sonho que pode se transmutar em pesadelo. Enfrentar a falta de cr&eacute;dito e a descren&ccedil;a alheia. Errar, insistir, persistir, apostar. Saborear as pequenas vit&oacute;rias.<br />
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A estrada para o sucesso &eacute; uma via n&atilde;o pavimentada. Carece tamb&eacute;m de sinaliza&ccedil;&atilde;o e ilumina&ccedil;&atilde;o. Botinas nos p&eacute;s, uma b&uacute;ssola, uma lanterna e um guarda-chuva nas m&atilde;os, s&atilde;o poucos aqueles dotados da capacidade de se embrenhar por um terreno &aacute;rido, pisar as pedras, queimar a face no calor do sol e permanecer na mesma trilha com determina&ccedil;&atilde;o. <br />
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Pasteur dizia que a diferen&ccedil;a entre o poss&iacute;vel e o imposs&iacute;vel est&aacute; na vontade humana. Que esta vontade se manifeste em voc&ecirc; pela iniciativa, pela perseveran&ccedil;a, pelo comprometimento e pela autoconfian&ccedil;a. Que seus desejos ganhem asas; seus olhos, brilho; seu rosto, sorriso. E que seus projetos se ampliem de poucos metros quadrados de uma garagem para as dimens&otilde;es que o sucesso almejado demandar.<br />
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* Diretor da Infinity Consulting, Diretor Estadual do NJE/Ciesp e VP de Neg&oacute;cios da AAPSA. <br />
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