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São Paulo
6 de fevereiro de 2025

Cybersecurity: as camadas eficientes da proteção

<p>Geralmente, a proteção da informação deve ser pensada para todo o seu ciclo de vida: na sua criação, em trânsito, em processamento, em repouso e no seu descarte. Na etapa de sua criação, deve-se atentar para a definição dos usuários autorizados ao acesso desta informação. Podemos entender a informação em trânsito como aquela que está sendo transmitida durante um diálogo, transferência de arquivos ou distribuição física. Em repouso, é a informação latente, não manipulada, como arquivos físicos ou bancos de dados. A informação em processamento é aquela que está sendo manipulada para convertê-la, como quando os aplicativos acessam os dados para obter resultados. Neste estado, a informação original deve ser protegida. Por último, o descarte da informação deve ser realizado de forma a evitar a recuperação não autorizada.</p>
<p>A proteção da informação não é um processo meramente tecnológico, deve-se também considerar a conscientização dos usuários das informações para tratar conteúdo confidencial (informação de clientes, inteligência competitiva, know how operacional) de acordo com as normas e políticas corporativas. Para garantir a segurança das informações sensíveis nas empresas, os gestores de tecnologia, riscos e de negócios devem pensar em múltiplos processos de controle, desde proteção lógica da transmissão de dados, passando pela criptografia dos bancos de dados, até a proteção ao acesso à memória durante o processamento dos dados.</p>
<p>Para um conjunto de controles mais eficiente, sugiro aplicar o conceito de defesa em profundidade (defense-in-depth), adequando o grau de proteção à classificação de cada informação corporativa. Pense nisso como os anéis do tronco de uma árvore, no qual a informação a ser protegida encontra-se no círculo mais interno. Cada um deles é uma camada de segurança, complementar e modular. Por isso mesmo, deve-se identificar aonde os investimentos devem ser mais ou menos depositados, de acordo com a criticidade da informação em análise.</p>
<p>Se pensarmos do ponto de vista arcaico da segurança física, onde você colocaria as jóias da coroa? Obviamente na torre mais alta, com guardas, ponte levadiça e crocodilos protegendo todo o castelo. Considerando o lado da tecnologia, algumas soluções compatíveis seriam segurança perimetral (firewall), IPS/IDS, controle de aceso, criptografia etc. – em alguns casos, estes investimentos sairiam mais caros que o custo da própria informação.</p>
<p>Por outro lado, se a empresa classificar adequadamente as informações, entre não críticas e críticas ou confidenciais, os investimentos em controles de segurança tornam-se mais eficientes (menos complexos, mais assertivos e mais baratos), protegendo de fato a propriedade intelectual da organização.</p>
<p><strong>Quebra de segurança</strong></p>
<p>Há problemas gerados a partir do ambiente externo à organização. Não somente por usuários mal-intencionados, mas também pelos que não possuem a devida consciência do problema. Para evitarmos isso é preciso:</p>
<p><em>a) Garantir que quem acessa a informação seja quem deva acessá-la: Neste caso, devemos privilegiar as soluções de controle de autenticação e o provisionamento dos acessos. Devemos levar ao usuário soluções que lhe proporcione a usabilidade e segurança (porque esses conceitos não são necessariamente antagônicos);</em></p>
<p><em>b) Garantir que quem acessa o conteúdo esteja ciente do seu valor: aqui devemos investir na conscientização e nos programas internos de treinamento.</em></p>
<p><em>c) Garantir que as informações confidenciais não serão enviadas para o ambiente externo de forma sem autorização e monitoramento.</em></p>
<p>Caso o problema seja externo, devemos contar com soluções que nos permitam garantias de disponibilidade dos sistemas, como as soluções de Anti-DDoS (Anti Distributed Denial of Service). Segurança não é uma simples questão de fechar acessos, mas sim de avaliarmos quem pode entrar e quem pode sair nos sistemas em um cenário em que o avanço da tecnologia é fundamental na gestão dos negócios.<br /><br /><em>(*) Diretor de Big Data e Security da Atos América do Sul.&nbsp;</em></p>
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