Eventos realizados dentro do Fintech Show reuniram 51 palestrantes para discutir as tendências do setor
A Cantarino Brasileiro, que promoveu na semana passada o Fintech Show em São Paulo, realizará em 2018 a 3ª edição do Fintech View, que reúne uma série de palestrantes do setor, e a 2ª edição do Fintech Awards Latam, que este ano recebeu 140 projetos e avaliou 80 deles, anunciando cinco vencedores: Disrupção (Crypto Market), Inclusão Financeira (Moneto), Modelo de Negócios (Magneti), Tração (URBE.ME) e User Experience (Kickante).
“O Fintech View contou com a participação de 51 palestrantes, que abordaram as tendências e as necessidades do setor para oferecer, cada vez mais, produtos e serviços que superem as expectativas do consumidor”, destaca Regina Crespo, curadora do Fintech View.
De acordo com Marcos Cantarino, diretor da Cantarino Brasileiro, o nível das discussões foi rico. Os participantes tiveram a oportunidade de ouvir as percepções de nomes importantes do segmento e de conhecer a história das cinco vencedoras do Fintech Awards Latam. “Queremos transformar São Paulo no polo de fintechs da América Latina. Para o próximo ano, queremos um evento ainda maior”, ressalta Cantarino, idealizar do prêmio, o primeiro da América Latina focado no setor de fintechs.
Um dos temas discutidos durante a programação foi a adequação das fintechs à legislação e às normas dos órgãos reguladores. Embora exista regulação para o setor de meios de pagamento, não há algo específico para a maioria das fintechs, o que não significa que instituições, como o Banco Central, ignorem a expansão deste mercado, que propõe a inclusão financeira, especialmente de parcela significativa de desbancarizados.
A expansão dos robôs no mercado financeiro, a aceleração do processo de transformação digital na era da Indústria 4.0 e a tecnologia de blockchain também foram abordadas durante o Fintech View. No painel “Blockchain – Bitcoin, Cryptocurrency, IoT e outras aplicações”, representantes da Original My, Bit.one, Foxbit e Microsoft falaram de como essas novas tecnologias podem transformar a forma como as pessoas armazenam, registram e transferem ativos digitais.
De acordo com Oliver Cunningham, da KPMG, as startups financeiras fazem parte de uma história incrível de transformação, que não está acontecendo no vácuo. “A transformação digital vem num momento em que os clientes finalmente têm poder”, destaca o executivo. Durante o evento, a KPMG ofereceu consultoria individual para cada uma das fintechs que participaram do Fintech Awards Latam.
O evento incluiu, também, em suas discussões o impacto da reoneração da folha de pagamento em iniciativas de inovação. Segundo Ailtom Nascimento, vice-presidente da Stefanini, a lei da desoneração fez parte de um programa estruturante que não adicionou receita ao setor, mas colaborou de maneira significativa na geração de empregos e, consequentemente, na arrecadação do Governo. Para Paulo Marcelo, da Resource, a Medida Provisória 774, que determina o fim da tributação substitutiva do setor, irá afetar a competitividade das empresas. “Com desemprego, haverá menos gente inserida em cursos de tecnologia. Caso não seja revertida, a decisão do Governo vai na contramão do conceito de um país quer ser mais moderno”, complementa.