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São Paulo
27 de julho de 2024

As oportunidades e entraves do 5G FWA no Brasil

<p>Então, como o FWA difere da internet wireless tradicional? Em configurações de internet tradicionais, um cabo vai até o local. O usuário compra um roteador, o conecta e o usa como desejar.&nbsp;Com o wireless fixo, não são necessários cabos. Em vez disso, uma antena “fixa”, semelhante a uma parabólica, é instalada, criando uma conexão sem fio com uma torre próxima.</p>
<p>Quando essa antena fixa recebe o sinal, ela pode enviar a conexão por um cabo curto até a casa, onde pode se conectar a um roteador ou outro dispositivo conforme necessário.&nbsp;Essa tecnologia não é nova, podendo ser utilizada também com dispositivos 4G, mas o leque de possibilidades a ser aberto é interessante demais para ser deixado de lado.&nbsp;O 5G FWA (Fixed Wireless Access) permite que as operadoras de telecomunicações forneçam serviços de internet de banda larga em áreas onde as linhas de internet de fibra ou fixa estão ausentes.</p>
<p>Uma outra questão é que a instalação de linha fixa para internet de alta velocidade é um grande problema. Em muitas áreas urbanas, a infraestrutura é tão cara para ser instalada e mantida que nem vale a pena. As áreas rurais enfrentam problemas semelhantes devido aos grandes espaços de instalação. O&nbsp;5G resolve essas questões diminuindo bastante a infraestrutura física necessária para fornecer internet confiável. Isso deve disponibilizar serviços de internet ​​para muitas áreas que anteriormente não tinham acesso a eles.</p>
<p>De acordo com o relatório de pesquisa publicado pela Polaris Market Research, o tamanho do mercado global do FWA 5G deve chegar a US$ 88,5 bilhões até 2027. A perspectiva é completada pela Counterpoint Research, que estima que o total de assinaturas de banda larga FWA atinja 462 milhões até 2030.</p>
<p>A primeira operadora a lançar o 5G na América Latina, a Antel Uruguai, ainda não conseguiu lançar a banda larga sem fio 5G massiva, embora tenha planos de fazê-lo.&nbsp;O grande entrave que barra (pelo menos por enquanto) a adoção do FWA 5G por operadoras como a Claro e a TIM, é o custo. Apenas o equipamento tem o valor médio de R$ 1,2 mil, isso sem dizer dos investimentos em toda a infraestrutura necessária para implantá-lo.</p>
<p>Em 2021, a fabricante brasileira Intelbras chegou a divulgar um acordo com a Qualcomm para a produção conjunta de equipamentos que seriam lançados ainda em 2022. No final do ano passado um protótipo foi apresentado e atualmente ele está em fase de homologação.</p>
<p>A Counterpoint Research acredita que os valores devem ser reduzidos até o final do ano que vem, iniciando a popularização até o final de 2024. Mas qual será a chance da tecnologia ser adotada de verdade no Brasil?</p>
<p>A empolgação das operadoras por enquanto não é grande, tanto que a própria Intelbras disse que não há um modelo de negócios pronto e todos ainda estão assimilando a tecnologia.</p>
<p>Vamos aguardar e torcer para que o FWA 5G se torne uma realidade por aqui!</p>
<p><em>(*)&nbsp;Consultor na área de tecnologia, CEO da Moretti Soluções Digitais.</em></p>