<p><em><span>Nycholas Zsucko (*) </span></em></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;"><img src="images/artigos/2022/Nycholas_2-bg-white_300.jpg" border="0" width="300" height="429" style="float: right; margin: 5px;" />O clássico filme Metrópolis, dirigido pelo cineasta austríaco Fritz Lang em 1926, conta uma história que se passa 100 anos depois, no ano de 2026. Rotwang (Rudolf Klein-Rogge), um inventor louco, diz ao seu patrão que seu trabalho está concluído, pois criou um robô à imagem do homem. Ele diz que não haverá mais necessidade de trabalhadores humanos, sendo que em breve haverá um robô que ninguém conseguirá diferenciar de um ser vivo. <br /><br /></span>Quase um século depois desta previsão retratada em Metrópolis, constatamos que Fritz Lang estava correto. Há décadas que a robótica vem sendo aperfeiçoada e robôs que realizam tarefas com perfeição existem em diversos setores, inclusive na medicina. Para completar, a indústria contou com o desenvolvimento de sistemas cada vez mais automatizados e inteligentes, e ainda conectados a internet, como na Indústria 4.0. </p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Só que agora a revolução é outra e não envolve nem robôs eficientes nem carros voadores. O desafio é que a indústria atenda ao que a sociedade precisa em termos de humanização sem abrir mão da digitalização já conquistada até o momento, com a flexibilização e adaptabilidade advindas do emprego cada vez maior de tecnologias baseadas em inteligência artificial, edge computing, gêmeos digitais, Internet de todas as coisas (IoE), análise de big data, blockchain e futuros sistemas 6G. </span></p>
<p>A nova revolução que envolve as pessoas como protagonistas foi iniciada no Japão, com a finalidade de promover a interação entre automação, robôs e seres humanos para que o ambiente de trabalho se torne de fato mais humanizado em termos de inclusão, igualdade, preservação ambiental e sustentabilidade, as prioridades sociais da atualidade. Desta forma, a indústria deixaria de simplesmente replicar as máquinas para dar voz ao poder de criação e elaboração de soluções complexas enfrentadas pela indústria digital. </p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">De acordo com a pesquisa <a href="https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2452414X21000558">Industry 5.0: A Survey on Enabling Technologies and Potential Applications</a>, publicada por vários autores no site Science Direct, a indústria 5.0 promove empregos mais qualificados em comparação com a Indústria 4.0, pois diversos profissionais com grande capacidade continuam operando máquinas. A Indústria 5.0 se concentra principalmente na customização em massa, em que humanos guiarão robôs. Na Indústria 4.0, os robôs já estão ativamente engajados na produção em larga escala, enquanto a Indústria 5.0 é projetada principalmente para aumentar a satisfação do cliente. </span></p>
<p>Outro benefício interessante da Indústria 5.0 é o fornecimento de soluções mais verdes em comparação com as transformações industriais existentes, pois nenhuma das anteriores se concentra na proteção do meio ambiente A Indústria 5.0 usa análises preditivas e inteligência para criar modelos que visam tomar decisões mais precisas e menos instáveis. Por isso na Indústria 5.0 a tecnologia continua essencial, pois os dados em tempo real serão obtidos de máquinas em colaboração com especialistas altamente capacitados. </p>
<p>Apesar de várias atividades de pesquisa e desenvolvimento, muitos desafios são impostos na Indústria 5.0. Entre elas, dificuldades em termos de segurança, privacidade, atividades de colaboração entre humanos e robôs em uma fábrica, escalabilidade e mão de obra qualificada. </p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Portanto, o panorama da Indústria 5.0 vislumbra novas abordagens resilientes, sustentáveis e centradas no ser humano, em diversas aplicações emergentes. O objetivo da Indústria 5.0 é alavancar a criatividade, o pensamento crítico e cognitivo de especialistas humanos para colaborar com máquinas inteligentes e precisas, mas que ainda precisa de estudos para vencer as novas barreiras. <br /><br /></span><em> (*) Diretor de vendas Brasil da Nozomi Networks.</em></p>