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São Paulo
23 de dezembro de 2024

A nova era dos bancos digitais

<p>Para explicar o assunto, podemos pensar nas organizações tradicionais como sendo as clássicas carteiras de bolso. É um item de extrema utilidade, na qual carregamos documentos pessoais, cartões de créditos, carteirinhas de convênio. É simples, fácil, prático e útil. Porém, atualmente já é possível observar algumas pessoas que não possuem mais esse item antes indispensável para o dia a dia de qualquer pessoa. Em nossos smartphones, por exemplo, já conseguimos inserir nossos cartões de crédito, fazer pagamentos por aproximação, baixar aplicativos para consultar a carteira de motorista, fazer transferências, pagar contas, entre outras diversas aplicabilidades. A boa e velha carteira, que pode ser mais cara que um smartphone apenas por ser de uma marca de grife, já está ultrapassada.</p>
<p>O mesmo funciona com a gestão de infraestrutura dos bancos tradicionais. Quando falamos de banco moderno, que atenda às necessidades que os clientes têm hoje, quem mais se aproxima desses conceitos são as fintechs. O diferencial dessas startups do mercado financeiro é que elas olham para as dores dos clientes, que já estão inseridos no contexto digital e que querem praticidade, agilidade e segurança nas operações sem tanta burocracia. Elas oferecem serviços e produtos mais acessíveis, com melhor atendimento, o que resulta em um consumidor muito mais satisfeito. Elas atuam exatamente nesta lacuna de mercado que não foi solucionada pelos bancos tradicionais.</p>
<p>Não tenho dúvidas de que os bancos precisam se reinventar, caso contrário perderão espaço no mercado. Novas ameaças surgem todos os dias, como as mudanças nas legislações ao redor do mundo, perda de mercado e a entrada de gigantes de tecnologia como Google, Facebook e Amazon no setor financeiro. Isso porque os grandes players possuem milhares de usuários globalmente e, caso decidam ofertar serviços financeiros, poderiam ter grande aderência e penetração se comparado aos bancos tradicionais que ainda concorrem entre si.</p>
<p>Vejo que muitas empresas hoje, acham que só de estarem na cloud já são digitalmente transformadas ou evoluídas. Não é bem assim. Um ponto importante é a avaliação da metodologia e modelos de governança atual de cada empresa, pois as mudanças ocorrem mais rápidas do que imagina. Se não entendermos corretamente com o que trabalhamos e como trabalhamos, os bons frutos colhidos e os erros que tivemos não propiciarão uma evolução de forma consistente. A parte de infraestrutura e a gestão desses ambientes na nuvem são cruciais para garantirem estabilidade e disponibilidade das operações.</p>
<p>No caso dos bancos e fintechs, é comum que estes invistam em parceiros que sejam especializados em transformação digital para orientarem as mudanças e implementações além de indicar quais métodos e ferramentas são mais adequados para suportar o grande volume de dados, sistemas e transações realizadas pela instituição financeira. A jornada cloud também deve seguir diversos critérios legais, como por exemplo, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Há ainda diversas certificações de segurança que garantem a seriedade dos fornecedores e prestadores de serviços que irão auxiliar os clientes no tratamento desses dados sigilosos.</p>
<p>Terceirizar a gestão dos ambientes em nuvem também traz o benefício de bancos e fintechs se concentrarem em seu core business enquanto uma equipe de profissionais especializados cuidam do suporte técnico necessário para que o crescimento não seja um fator limitante para a empresa. E falando das fintechs, além de digitais elas ainda enfrentam os desafios de criarem modelos escaláveis.</p>
<p><em>(*) Coordenador de Soluções Técnicas da Mandic Cloud Solutions.</em></p>