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22 de novembro de 2024

Do sonho à realidade: o conteúdo para celular

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Parece que voltamos &agrave; d&eacute;cada de 80 quando lemos o par&aacute;grafo acima, nos prim&oacute;rdios da computa&ccedil;&atilde;o pessoal, palco de estrelas da inform&aacute;tica como Bill Gates e Steve Jobs. Mas a cena que descrevo remete a um quarto-escrit&oacute;rio na cidade de S&atilde;o Paulo, meados de 2003: dois amigos vislumbrados com as possibilidades que o aparelho celular traria &agrave; vida das pessoas. Esses amigos fizeram parte da gera&ccedil;&atilde;o pioneira da mobilidade no Brasil, criando e produzindo conte&uacute;do e servi&ccedil;os de valor agregado, ou value-added service (VAS).
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Podemos aglutinar a esse termo itens como ringtone, truetone, wallpaper, sms, mms, site wap, wap push, jogos digitais, aplicativos de produtividade, aplicativos de entretenimento, v&iacute;deos e muito mais.
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Conte&uacute;do b&aacute;sico para celular ou para Personal Digital Assistant (PDA) est&atilde;o extremamente saturados no mercado. Hoje todas as operadoras de telefonia celular possuem fornecedores espec&iacute;ficos para isso, al&eacute;m do que qualquer pessoa com uma c&acirc;mera digital e um computador tem a possibilidade de criar o seu pr&oacute;prio ringtone ou wallpaper. &Eacute; comum as pessoas enviarem para seus amigos fotos personalizadas, ou mesmo o pai gravando a voz do filho pequeno falando &ldquo;atende papai&rdquo; para colocar como toque de chamada.
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O short message service (SMS) e o multimedia message service (MMS) fazem parte da vida das pessoas h&aacute; um bom tempo: o velho e bom &ldquo;recadinho&rdquo;, quando queremos falar com algu&eacute;m de forma r&aacute;pida, informal e eficiente. &Eacute; um dos servi&ccedil;os mais simples do universo da mobilidade digital, por&eacute;m atualmente um dos que mais arrecadam verba para as empresas integradoras. Grandes marcas e anunciantes passaram a utilizar o SMS no lugar dos Correios e da caixa postal para que as pessoas participem de promo&ccedil;&otilde;es. &Eacute; um meio eficiente e barato, garantindo a economia de alguns milh&otilde;es de reais para as empresas.
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Voltando para a hist&oacute;ria dos dois garotos que citei no in&iacute;cio desse artigo, posso afirmar que eles fundaram uma das empresas de tecnologia da mobilidade pioneiras no Brasil para jogos digitais, entretenimento e aplicativos de produtividade. Seu trabalho era conceber software atraente o suficiente para que as pessoas gastassem seu tempo (e a bateria do seu celular) usando suas cria&ccedil;&otilde;es. Com um mercado em expans&atilde;o geom&eacute;trica, rapidamente conseguiram apoio e parcerias com as principais operadoras de telefonia m&oacute;vel do pa&iacute;s, fabricantes de aparelho celular e outros desenvolvedores.
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Criaram jogos educacionais e de passatempo. P&uacute;blico-alvo: homens e mulheres adultos. No primeiro caso pais e m&atilde;es, comprariam os jogos para brincar junto com seus filhos, e ao mesmo tempo ensinar mat&eacute;rias como as opera&ccedil;&otilde;es b&aacute;sicas da matem&aacute;tica, a hist&oacute;ria do Brasil ou mesmo gram&aacute;tica com o tradicional &ldquo;Jogo da Forca&quot;. A segunda modalidade de jogos seria para pessoas que tem pouco tempo livre e o querem gastar de forma divertida, por&eacute;m em situa&ccedil;&otilde;es chatas como fila de banco, viagem de &ocirc;nibus, espera no consult&oacute;rio m&eacute;dico, dentre outras situa&ccedil;&otilde;es. Esses jogos s&atilde;o focados em desafios mentais, como o &ldquo;Sudoku&rdquo;, &ldquo;Tetris&rdquo;, &ldquo;Conecta&rdquo;, &ldquo;Quiz&rdquo;, &ldquo;Xadrez&rdquo; e muito mais.
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Al&eacute;m do entretenimento, outro conte&uacute;do de VAS valioso &eacute; o mercado de produtividade, principalmente o corporativo. Sistemas de inform&aacute;tica aliados a mobilidade geram um poder de decis&atilde;o em tempo real e em qualquer lugar. Os garotos desenvolveram software para empresas que necessitavam de solu&ccedil;&otilde;es de mobilidade integradas com os sistemas de log&iacute;stica, sistemas gerenciadores de gest&atilde;o empresarial (ERP) ou sistemas de gerenciamento do relacionamento com o cliente (CRM). O empres&aacute;rio, de porte do seu smartphone, poderia tomar decis&otilde;es na estrada, a caminho de uma reuni&atilde;o importante.
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O mundo do conte&uacute;do para celular e outros dispositivos com tecnologia m&oacute;vel &eacute; tudo o que j&aacute; existe na internet, por&eacute;m em qualquer lugar, hora, situa&ccedil;&atilde;o e para qualquer pessoa com um celular. E quando percebemos que num pa&iacute;s de terceiro mundo como o Brasil rompemos a barreira dos 103 milh&otilde;es de linhas habilitadas de celular, podemos claramente dizer que estamos vivenciando uma das mais importantes etapas para a democratiza&ccedil;&atilde;o da inform&aacute;tica, ou melhor, da informa&ccedil;&atilde;o.
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Artigo originalmente publicado na Revista Conenct – Agosto de 2007 – edi&ccedil;&atilde;o 21 – Ano 2.
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(*) Graduado em Ci&ecirc;ncia da Computa&ccedil;&atilde;o pela PUC-SP, &eacute; Consultor Executivo de Novos Neg&oacute;cios, Palestrante e articulista sobre Publicidade Digital, Jogos Digitais, Mobile e TI. Possui experi&ecirc;ncia na &aacute;rea de Comunica&ccedil;&atilde;o, com &ecirc;nfase em Comunica&ccedil;&atilde;o e Publicidade Digital. Atuando principalmente nos seguintes temas: Engenharia de Software, Publicidade Digital, Jogo Digital, SVA e projetos para plataforma Mobile, Comunidade Virtual, M&iacute;dia Digital, Internet.
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