Por Ricardo Marchesan
Nós agora temos ainda mais motivos para praticar
exercícios para o cérebro.
Na última semana, uma nova pesquisa científica
verificou que exercícios para o cérebro podem
atrasar o surgimento dos sintomas da doença de
Alzheimer (DA) e encurtar a sua duração. O
estudo foi conduzido pelo neuropsicólogo Dr.
Robert Wilson, do Centro Médico da Universidade
Rush, em Chicago, e publicado no dia 1 de
setembro de 2010 na revista Neurology.
A equipe do Dr. Wilson estudou 1157 residentes
saudáveis de Chicago, de diversas rendas e
origens étnicas, com idades acima de 65 anos,
durante o período de seis anos. A conclusão das
descobertas do estudo foi que a prática regular de
exercícios para o cérebro atrasa o aparecimento
da doença de Alzheimer. A reserva cognitiva
obtida através de um estilo de vida cognitivamente
rico ajuda as pessoas a compensar nos estágios
iniciais da DA. Mesmo que a pessoa tenha a
doença, ela poderá desfrutar da sua vida normal
por um período maior de tempo. A duração da
doença é reduzida, e os sintomas somente
aparecem no momento em que as defesas
naturais do cérebro (através da formação de
reservas cognitivas) são derrotadas.
Por exemplo, se você soubesse que tem a
condição fatal de DA e que isso resultaria na sua
morte em 10 anos, você preferiria passar por uma
deterioração lenta e gradual ao longo desses 10
anos, ou uma vida livre de sintomas por sete
anos, seguida de um rápido declínio cerebral nos
últimos três anos? Acreditamos que a maioria das
pessoas optaria pela segunda alternativa, já que
ela lhes dá a oportunidade de prolongar sua
independência, propósito e qualidade de vida, e
limita o fardo financeiro e emocional em suas
famílias.
Os poucos números que encontramos no Brasil
estimam que no ano de 2008 havia 779 mil
pessoas com DA e que o gasto do governo
somente com o fornecimento de alguns
medicamentos de alto custo girava numa média de
R$ 2.083 por paciente ao ano.
Agora considere que, levando um estilo de vida
saudável para o cérebro e praticando
regularmente treinamento cerebral, nós
pudéssemos atrasar o surgimento da DA em dois
anos ou mesmo em apenas um ano. Qual seria o
impacto?
Experimente fazer esse exercício cerebral…
•Quantos bilhões poderiam ser economizados
com gastos de saúde?
•Quanto o governo poderia economizar?
•Qual seria o impacto pessoal e financeiro
para o indivíduo em questão?
•Qual seria o impacto pessoal e financeiro
para os cuidadores?
Os números são certamente estarrecedores.
Existem muito mais camadas afetadas se você
considerar algumas implicações secundárias. Um
exemplo disso é o fato de que, quanto mais tempo
um cuidador da família cuidar do paciente de DA,
maior a chance de ele vir a sofrer de depressão e,
consequentemente, de se tornar paciente de DA
também um dia.
Ricardo Marchesan é sócio fundador do Cérebro
Melhor, empresa especializada em treinamento
cerebral por meio de jogos online.
www.cerebromelhor.com.br
