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23 de dezembro de 2024

Vulnerabilidade no WhatsApp contra ativistas de Direitos Humanos

<p>Tim Berghoff (*)<img src="images/artigos/2019/Tim_Berghoff_300.jpg" border="0" width="300" height="486" style="float: right; margin: 5px;" /></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">De acordo com suas próprias declarações, um advogado de Direitos Humanos de Londres tornou-se alvo de um ataque com uma ferramenta de espionagem. Uma vulnerabilidade de segurança no Whatsapp tornou possível marcar dados em um dispositivo comprometido.</span></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Espionagem por telefonema – o que pode parecer estranho já é realidade há algum tempo, a partir de uma falha de segurança no Facetime da Apple sendo manchete no início deste ano. De acordo com um relatório do New York Times, em um caso atual, um espião só tinha que fazer um chamado no WhatsApp para obter acesso aos dados do dispositivo. Isso foi possível graças a uma falha de segurança na função de chamada de voz do WhatsApp, que foi corrigida recentemente. Os usuários devem, portanto, instalar a atualização do Whatsapp imediatamente para se protegerem.</span></p>
<p><strong><span style="font-size: 12.16px;">Ética questionável</span></strong></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Um fabricante, o NSO Group, com sede em Israel, já causou tumulto há algum tempo com seu software de spyware Pegasus. A empresa alega licenciar suas tecnologias exclusivamente a agências governamentais com o objetivo de combater o terrorismo ou auxiliar na aplicação das leis. Segundo o grupo, um "comitê interno de ética" garante que a solução não seja mal utilizada. No entanto, casos repetidamente vieram à tona em que tecnologias NSO foram usadas para espionar e trazer à justiça ativistas de direitos humanos em países como os Emirados Árabes Unidos.</span></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Outros países com um histórico questionável em relação aos Direitos Humanos também parecem fazer parte da lista de clientes da NSO. As afirmações da empresa sobre conduta ética devem, portanto, ser questionadas criticamente. Aos olhos de um regime repressivo, por exemplo, ativistas de Direitos Humanos ou dissidentes políticos podem cair rapidamente na categoria de "terroristas" – isso depende de quão amplamente um governo define o termo "terrorismo".</span></p>
<p><strong><span style="font-size: 12.16px;">Não é um caso isolado</span></strong></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Realisticamente falando, o fabricante de tal ferramenta não tem um identificador quando se trata de seu uso. Da mesma forma, um fabricante de ferramentas manuais não tem influência na maneira como elas estão sendo usadas. O WhatsApp já emitiu um alerta para organizações de Direitos Humanos em todo o mundo, já que se espera que o advogado de Londres não seja a única pessoa na lista de alvos. Muitas dessas organizações também usam plataformas de mensageiros alternativos, como o Signal. Para fins particulares, no entanto, o WhatsApp é usado com bastante frequência – com mais de 1,5 bilhão de usuários, ele é o serviço de mensagens instantâneas mais usado.</span></p>
<p><strong><span style="font-size: 12.16px;">Instalar atualizações</span></strong></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">O advogado de Direitos Humanos, que deseja permanecer anônimo a seu próprio pedido, também esteve envolvido em casos envolvendo o uso de tecnologias NSO no passado. O WhatsApp é considerado um programa de chat com segurança sólida. Há alguns anos, a empresa adotou a criptografia exemplar do serviço de mensagens Signal. No entanto, a empresa é frequentemente criticada por trocar dados de usuários com sua empresa-mãe, o Facebook.</span></p>
<p><em><span style="font-size: 12.16px;">(*) Especialista em Segurança Digital da G Data, fornecedora de soluções antivírus distribuídas no Brasil pela FirstSecurity.</span></em></p>