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26 de dezembro de 2024

VPN é coisa do passado

<p>Mas, à medida que as organizações movem seus aplicativos de negócios para vários ambientes cloud, surgem muitos desafios, especialmente para a proteção de dados, cujo cenário é desanimador, com pragas cibernéticas assolando implacavelmente todas as corporações.</p>
<p>A adoção da nuvem, somada às transformações dos modos de fazer corporativos, especialmente o trabalho híbrido, tornaram muitas tecnologias de proteção de dados obsoletas. É o caso das tradicionais VPNs (Virtual Private Network ou rede virtual privada), que ficaram ultrapassadas diante da acirrada disputa de gato e rato – cibercrime e empresas vítimas de ataques (nesta ordem mesmo) – por não acompanharem a verdadeira disrupção dos criminosos.<br /> <br />Para substituí-las, empresas especializadas em cibersegurança desenvolveram soluções de Private Access, baseadas na tecnologia ZTNA (Zero Trust Network Access), uma evolução das VPNs. Criada dentro do princípio de Zero Trust e do escopo necessário à gestão de acesso anytime anywhere anydevice, o ZTNA é uma estrutura de segurança e acesso a workloads e aplicações multicloud, com controles e políticas de proteção, baseados em contexto.<br /> <br />Nas redes virtuais privadas isso não ocorre. Portanto, o maior problema da VPN é permitir ao usuário, em sua casa, acessar toda a rede da empresa, todas as informações que estão nela, mediante o uso de login e senha. Mesmo tendo alguma limitação, a porta está sempre aberta. Essa falta de restrição e de granularidade pode comprometer a segurança. Tanto que, segundo o Thales Data Threat Report, 46% dos entrevistados afirmaram ter sofrido violação de dados nos últimos 12 meses.</p>
<p>Ao invés de ter acesso a toda a rede da empresa, com o ZTNA, o usuário entra apenas em aplicações específicas que ele precisa usar naquele momento. E toda vez que ele for acessar a aplicação, a validação precisa ser feita novamente, sendo considerados todos os controles a cada acesso. O caminho não fica aberto. O acesso aos aplicativos é negado por padrão. As políticas são granulares, adaptáveis e fazem reconhecimento de contexto, garantindo acesso Zero Trust seguro e contínuo a aplicativos privados hospedados em nuvens e em data centers corporativos.<br /> <br />O “reconhecimento de contexto” pode ser uma combinação de identidade do usuário, sua localização, horário, tipo de serviço e postura de segurança do dispositivo.<br /> <br />Sem querer massacrar as VPNs, mas já massacrando. Um dos seus principais entraves é não conseguir monitorar cada dispositivo de conexão para proteger o acesso ao aplicativo e evitar a exfiltração de dados. Outra dificuldade é a lentidão. As VPN não foram projetadas para atender ao trabalho remoto e distribuído. O backhaul, que leva a conexão de cada usuário por meio de hubs VPN centralizados, tem problemas de largura de banda e de desempenho, o que afeta a experiência.<br /> <br />Nas ZTNAs, ao contrário, os usuários podem se conectar diretamente ao aplicativo, o que torna o acesso aos recursos corporativos, hospedados em ambientes IaaS ou data centers privados, rápido e seguro.</p>
<p><br /><strong>Mas, quais são os reais benefícios do ZTNA?</strong></p>
<p>Ora, um dos recursos essenciais para a proteção dos acessos é a microssegmentação das redes. Com ele, empresas podem criar perímetros definidos por software e literalmente dividir a rede corporativa em vários microssegmentos, evitando o movimento lateral de invasores e reduzindo a superfície de ataque em caso de violação.<br /> <br />Também torna os aplicativos invisíveis na web, criando uma darknet virtual que impede a descoberta de aplicativos na internet pública. Desta forma, o ZTNA protege contra exposição de dados que ficam na internet, malwares e ataques DDoS.</p>
<p>Se a empresa tiver aplicativos legados hospedados em data centers privados, o ZTNA estende todos os seus recursos para eles, facilitando enormemente a conectividade segura. E mantém o acesso remoto, seja para aplicativos privados ou SaaS, rápido e ininterrupto diretamente na nuvem, o que eleva a experiência dos usuários.<br /> <br /><strong>VPN x ZTNA</strong><br /><br />A diferença fundamental entre VPN e ZTNA está no acesso. Aquele protege o acesso no nível da rede e o ZTNA, no nível do aplicativo. Como mencionado, as VPNs permitem acesso total à rede privada para qualquer usuário com login e senha válidos, superexpondo recursos corporativos sensíveis a contas comprometidas e ameaças internas. Os hackers que obtêm acesso a toda a rede podem se mover livremente pelos sistemas internos sem serem detectados.<br /><br />O ZTNA restringe o acesso do usuário a aplicativos específicos estritamente com base na “necessidade de saber” ou de usar, limitando a exposição de dados e a movimentação lateral de ameaças em caso de algum ataque cibernético. Há controle, menos privilégios e todas as solicitações de conexão são verificadas antes de conceder o acesso aos recursos internos, limites essenciais para evitar violações.<br /> <br /><img style=”display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;” src=”https://ci4.googleusercontent.com/proxy/_CZ1z0KFucT7FuGwSeUAoPWtwFwky7nCT3OYVplUr2rmekZgQf3Yq115Wd_jeesWM7g25pOXwt81Ye2woa5ChC2-8LEB7BsUse5-EImbNxzifrcMsLbos-R7xvvCBxcQw3U7YiD9q68Ai87bKRIPJALYGeFaPw=s0-d-e1-ft#https://mcusercontent.com/c6958463be0e40c92c53666f9/images/cf7de596-59a6-875b-ba25-7718ddec4382.jpg” alt=”” width=”412″ height=”281″ /><br />Às VPNs também faltam controles no nível do aplicativo e visibilidade das ações dos usuários quando estão dentro da rede privada. Já os ZTNAs registram todas as ações, propiciando visibilidade e monitoramento mais profundos sobre o comportamento e os riscos de cada usuário. Isso permite impor controles, baseados em informação e centrados em dados, para proteger o conteúdo confidencial nos aplicativos.</p>
<p><br />Outro ponto desfavorável às VPNs é que suas conexões não analisam os riscos dos dispositivos de quem entra na rede. Um dispositivo comprometido ou infectado por malware pode se conectar facilmente ao servidor e obter acesso a recursos internos. Os ZTNAs fazem avaliação contínua dos dispositivos conectados, validam a postura de segurança e permitem acesso ajustado aos recursos com base na confiança do dispositivo exigida naquele momento. Se um risco for detectado, a conexão é encerrada imediatamente.<br /><br /><img style=”display: block; margin-left: auto; margin-right: auto;” src=”https://ci3.googleusercontent.com/proxy/6qtlahZTwWtnTQiqzkAoaV94ucoW0V8596Lb83t2hNwJhWnwu1N1UuxT8i8dLDbQXDxrQg8uneRmQvt2ksq99JteJPJVlR5bX6S7egREAQQMMMQL__Fserw6AViwd-CQeUumNCOt9La9zMGMTDE_mvWOsalmEQ=s0-d-e1-ft#https://mcusercontent.com/c6958463be0e40c92c53666f9/images/f566a718-3696-85e0-598b-cc306dd8a7e0.jpg” alt=”” width=”407″ height=”254″ /></p>
<p>No fundo, a segurança é um problema de proteção de dados, especialmente em um mundo que prioriza a nuvem. Não se pode mais usar abordagens antigas para proteger informações.</p>
<p><br /><em>(*) Fundador e CEO da&nbsp;CLM, distribuidor de tecnologias para segurança da informação e infraestrutura para data centers e cloud.</em></p>