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23 de dezembro de 2024

Videoconferência, uma tendência para o mercado de recrutamento e seleção

Wagner Santos*

 

Podemos afirmar que a tecnologia foi muito pouco utilizada até hoje, principalmente na área de recrutamento e seleção. Com o volume cada vez maior de candidatos disponíveis no mercado, os controles realizados manualmente, por e-mail ou planilhas vão se mostrando ineficientes no gerenciamento do processo.

 

Muitas vezes, os gestores não guardam os históricos das avaliações feitas no passado e isso atrapalha e diminui a eficácia do processo. A saída é o uso da tecnologia. Sistemas inteligentes permitem a organização e o armazenamento de informações atualizadas que podem ser consultadas com facilidade a qualquer momento, evitando a perda de dados.

 

Entre as tecnologias que vem se tornando mais interessantes para os recrutadores, a videoconferência vem se apresentando como uma solução cada vez mais interessante. Ela elimina o tempo de locomoção do candidato, dando a ele mais flexibilidade para ser entrevistado. Com isso, candidatos de outras localidades também participem do processo.

 

Hoje, o uso de vídeo se dá em duas frentes pelos recrutadores. Uma delas é uso de gravações. Por exemplo: o recrutador monta as perguntas, estabelece o tempo mínimo e máximo para as respostas e as envia para o candidato. Este poderá gravar um vídeo com as respostas, no momento que for mais apropriado para ele.

 

Para o recrutador, este processo não substitui a entrevista ao vivo, mas funciona como uma etapa anterior, onde ele poderá avaliar quais candidatos estão mais adequados ao perfil buscado, para chama-los para a entrevista ao vivo. A segunda frente é a videoconferência ao vivo, onde o recrutador realiza a entrevista à distância, mas ao vivo e sem a necessidade de deslocamento do candidato.

 

Como as ferramentas de vídeo já são bastante familiares entre os usuários, a facilidade de uso é grande, mas os candidatos precisam estar atentos para não confundir os contextos. No caso de uma entrevista à distância, ele precisa se preparar como se estivesse indo pessoalmente à empresa. Isso implica em alguns cuidados, como:

 

·        Escolher um local adequado, tranquilo e sem barulho;

·        Se vestir adequadamente, de acordo com o cargo que pretende ocupar;

·        Se expressar bem, usando uma linguagem um pouco mais formal que a do dia-a-dia.

 

Do lado da empresa, o uso destes sistemas de vídeo traz uma série de vantagens. Por exemplo, nas entrevistas ao vivo:

 

·        A empresa ganha tempo e consegue entrevistar um número maior de candidatos;

·        O recrutador consegue atingir candidatos fora do local onde está, aumentando sua abrangência (na local, o candidato deve estar na mesma cidade).

 

Já nas entrevistas gravadas:

 

·        O recrutador diminui a quantidade de entrevistas ao vivo ou presenciais ao fazer uma avaliação prévia do que foi gravado;

·        Ele reduz significativamente o tempo gasto com as entrevistas;

·        É possível avaliar a fluência em línguas apontada no CV do profissional;

·        Com o mesmo questionário enviado para os mesmos candidatos, ele cria um padrão de comparação entre eles, tornando a avaliação mais rápida e mais assertiva.

 

No Brasil de hoje, o uso de tecnologia ainda é considerado algo novo na área de RH, tanto pelas empresas como pelos candidatos. Mas percebemos que algumas começam a entender as vantagens da adoção. Por isso há aí uma tendência de crescimento no uso da videoconferência, que vai crescer fazendo com que candidatos e empresas se acostumem cada vez mais com essa nova forma de recrutar.

 

 

*Wagner Santos é Diretor de Produtos da Adaptworks