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28 de setembro de 2025

O Ambiente de Big Data e a Dinâmica do Cliente

<p>Para a grande maioria das empresas, gerenciar seus dados sempre foi parte importante dos negócios. A novidade agora está na proporção, no escopo e na escala. Estamos trabalhando com volume, velocidade e variedade de dados jamais vistos antes. Extrair valor deste oceano de informações é um grande desafio. E ser capaz de separar o ouro da areia será o diferencial que irá definir ganhadores e perdedores.</p>
<p>Há não muito tempo, as empresas pensavam estar na vanguarda da tecnologia se pudessem aproveitar os dados transacionais de seus clientes para se comunicar de forma mais eficaz com eles.</p>
<p>Ao combinar um software CRM e ERP com outra aplicação de negócios, um profissional de marketing tinha tudo o que possivelmente precisaria saber sobre um cliente: Ou seja, histórico de compras (incluindo devoluções ou reembolsos), planos de serviços, registros de fidelidade, localização geográfica, demografia e taxa de rentabilidade do cliente.</p>
<p>Mas vale a pergunta: Embora esta informação histórica seja valiosa, ela representa, de fato uma completa representação do seu cliente?</p>
<p>Será que ela reflete as preferências dos seus clientes para além daquilo que você vende? Você sabe como seu cliente realmente se sente sobre a sua empresa e seus produtos e serviços? Você sabe onde mais seu cliente costuma comprar, para assim compreender plenamente sua concorrência?</p>
<p>Se você não pode responder sim para pelo menos uma dessas perguntas, então você pode não conhecer o seu cliente tanto quanto imagina e não está, realmente, explorando os dados em suas diversas dimensões.</p>
<p><strong>História é Apenas História: Depois da Morte, vem a Autópsia</strong></p>
<p>A verdade é que todos os dados transacionais e descritivos que comumente se usava, como os listados acima, fornecem realmente uma visão histórica do cliente – o que eles já fizeram com a sua empresa. Mas atualmente este modelo é insuficiente para entregar o necessário, para se prever as ações do cliente no futuro. E por que esta previsão é importante?</p>
<p>Como um profissional de marketing, se você sabe o que seu cliente está propenso a fazer com base no comportamento passado e presente, estará muito mais preparado para comunicar com ele de forma mais inteligente e alcançar maiores taxas de sucesso. Se ficar restrito somente ao histórico e aos dados internos da sua empresa, então é bem provável que esteja perdendo uma grande oportunidade de nutrir e aprofundar o conhecimento e relacionamento com seus clientes. Para agravar, quanto mais conectada é a sociedade e com mais opções, mais dinâmico e incerto é o comportamento do cliente e maior ainda a sua infidelidade.</p>
<p>Em outras palavras: se não tiver a dimensão múltipla do cliente fica praticamente impossível traçar o mapa do seu comportamento atual e futuro para sincronizar estas tendências com o modelo de ofertas e converter informação em vendas. A exploração histórica e limitada é apenas a “autópsia” de algo que já ocorreu e em circunstâncias que, na grande maioria dos casos, já não estão mais presentes.</p>
<p><strong>Por que Investir em Big Data Analytics?</strong></p>
<p>Atualmente, entender e usar as vantagens do “Big Data” passou, portanto, a ser uma exigência obrigatória para se fugir da autópsia e partir para o mapa do tesouro a partir das informações do cliente, do mercado e do negócio.</p>
<p>Resolver grandes questões de marketing, como, por exemplo, identificar os segmentos que compõem o mercado em um contexto dinâmico e altamente veloz é, sem dúvida, um dos pontos que demandam a articulação de Big Data. O mesmo vale para a identificação de mercados ou clientes mais atrativos, que exige coleta mais eficiente e análise muito mais profunda e ampla dos dados.</p>
<p>A equação “mais informação implica em mais ações bem sucedidas” não é exatamente uma novidade. Mas houve uma grande mudança de escala e de formato, com dados estruturados e não estruturados precisando ser processados de forma muito mais rápida e objetiva.<br /> <br />É mais difícil, sem dúvida, mas em compensação, a boa gestão desses grandes volumes de dados permite conhecer muito melhor os clientes existentes e potenciais, entender seus hábitos e suas preferências, enriquecer o conhecimento sobre seus comportamentos. Traçar verdadeiramente uma visão 360 graus.</p>
<p>Assim, se os dados “falam”, por que não conversar e interagir com eles? A esta pergunta o mercado já vem respondendo com ações práticas, não apenas no exterior, como também no Brasil.</p>
<p>Segundo o IDC, o mercado de Big Data no Brasil foi de US$ 285 milhões em 2013 e deve atingir US$ 965 milhões em 2018. Um crescimento bastante acelerado, embora num patamar ainda bastante acanhado frente ao potencial dessa tecnologia para a alavancagem dos negócios.</p>
<p>De fato modelos analíticos em Big Data podem ser o melhor amigo da equipe de marketing, fazendo o trabalho pesado de ligar os pontos sobre o comportamento dos clientes para criar uma visão abrangente e atualizada sobre eles. Mas é preciso ter em mente que não basta possuir todos os dados possíveis da clientela e armazená-los num hub unificado e seguro.</p>
<p>É preciso garantir que, além disso, o sistema de informação seja capaz de acompanhar dinamicamente todo o ciclo de vida do cliente através de múltiplos canais e múltiplas fontes disponíveis para a exploração e cruzamento de dados. Talvez, uma das peças faltantes mais críticas atualmente quando se fala em Big Data é responder à questão: “O que seu cliente está fazendo agora?”</p>
<p>É para atender o desafio de exploração de grandes dados que as empresas buscam soluções capazes de equalizar informações multiformes, multi-silos e fluentes ao longo dos múltiplos canais de contato da empresa com o cliente.</p>
<p>Entre tais soluções encontra-se a tecnologia MDM (Master Data Management), um componente de extrema importância na arquitetura de dados para se obter uma visão consolidada de clientes dentro destas enormes massas de dados que tendem a crescer a cada dia.</p>
<p>Um ótimo modelo nesse sentido é apresentado pela tecnologia IBM, posicionada no quadrante líder do Gartner, e que é implementada no Brasil e no exterior por empresas como a Infotrellis (de origem canadense), com sua parceira brasileira MD2, que juntas contam com uma vasta experiência de implementação de projetos ancorados na plataforma MDM da IBM.</p>
<p><strong>A Mina de Ouro das Mídias Sociais</strong></p>
<p>A mídia social não é um fenômeno extremamente “novo”, contudo a forma como as empresas estão usando essa riqueza de dados não estruturados está ainda em sua infância, mas crescendo exponencialmente. A maioria das pessoas no mundo digital utiliza alguma forma de mídia social para se conectar com amigos, colegas, empresas, escolas e outras organizações.</p>
<p>Embora muitas pessoas possam não se sentir confortáveis expressando suas opiniões sobre algo em um ambiente público físico, a maioria se sente encorajada a fazê-lo a um público on-line. Quer seja no Twitter, Facebook, Yelp, blogs ou nas centenas de outras mídias sociais sites e apps, os consumidores estão cada vez mais se tornando grandes influenciadores da reputação de uma marca. Eles são igualmente abertos sobre suas próprias preferências, hábitos e crenças.</p>
<p>Capturar valor de dados pessoais, juntamente com os dados e as informações internas de interação com o cliente (como transcrições de chamadas e cliques nos links da empresa), é uma das chaves para ampliar o entendimento sobre ele.</p>
<p>Como exemplo, temos um projeto recente com uma rede hoteleira global, no qual o cliente ficou impressionado com o resultado do enriquecimento dos dados sobre os clientes registrados no seu programa de fidelidade. A combinação de dados internos com fontes externas como Facebook, Twitter e Foursquare trouxe uma nova perspectiva e descobertas sobre comportamentos, preferências e concorrentes.</p>
<p>Este novo conhecimento irá aprofundar o entendimento dos clientes e consequentemente direcionar a criação de produtos e serviços mais adequados e campanhas de marketing mais efetivas. <br />Gerenciar informações como qualquer outro fator de produção se tornou imperativo. É necessário explorar ao máximo os dados internos e enriquecê-los com inteligência de mídia social, para se obter uma nova perspectiva sobre as operações, o mercado e os clientes.</p>
<p>O que a empresa entendia como seu corpo de conhecimento, pode ser seriamente alterado com a adição de novas informações e implicar na conquista de vantagem competitiva que determinará a vitória sobre a concorrência.<br /><br />(*) COO e Co-fundador da Infotrellis. Colaborou Artur Miranda, diretor da Infotrellis Brasil<br /><br /><br /></p>