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18 de outubro de 2024

Monetização do 5G, avanço das redes privadas e sustentabilidade marcam o debate do Pós-MWC Barcelona By Futurecom

<p>A necessidade do aumento do investimento em redes privativas e a ampliação de ações efetivas de ESG para essa indústria também são alguns dos principais pontos que emergiram do Mobile World Congress 2023&nbsp;e que foram debatidos por especialistas do setor no evento “Pós-MWC Barcelona by Futurecom – Conectividade e Inovação O que esperar (e investir) em 2023?” realizado em São Paulo como parte do calendário do Futurecom 2023, maior evento de tecnologia, telecomunicações e transformação digital da América Latina, que que este ano acontece de 3 a 5 de outubro no São Paulo Expo.&nbsp;</p>
<p><img style=”margin: 5px auto; display: block;” src=”https://digital.futurecom.com.br/sites/futurecom.com/files/styles/article_featured_standard/public/Conectividade%20e%20inovao%20o%20que%20esperar%20e%20no%20que%20investir%20em%202023.jpg?itok=RzbpWpJL” alt=”” width=”385″ height=”200″ />“O MWC deste ano apresentou uma grande retomada em relação a 2022, com a presença de 80 mil pessoas e muitas empresas com novos e diferentes formatos de negócio. A preocupação com a monetização do 5G estava presente em várias conversas e estandes, além de exemplos de todos os lugares do mundo mostrando o desenvolvimento de aplicações ‘pés no chão’, relacionadas com suas respectivas realidades e necessidades, trazendo inovações, como é a tônica do evento, mas agora com objetivo de se fazer mais rapidamente rentável e sustentável”, destacou Hermano Pinto, diretor de Tecnologia e Infraestrutura da Informa Markets, responsável pelo Futurecom.</p>
<p>Na palestra de abertura, Ari Lopes, Senior Manager da Omdia, apresentou um resumo do webinar apresentado pela empresa no MWC. Ele explicou que agora a transformação digital das operadoras, antes apoiadas em ações mais especulativas sobre as potencialidades, agora são direcionadas para as ações práticas.</p>
<p>Muitas discussões giraram em torno dos provedores de conexão, como geram valor e se distribuem na cadeia, formas de serem mais sustentáveis, como economizar energia, como expor redes para desenvolvedores, chegando até a maneiras de gerar tração para provedores de cloud. “Os pontos importantes de regulação, qualidade de prestação de serviço, experiência final do consumidor, novos modelos de compartilhamentos de infraestrutura e monetização do 5G, entre outros, fazem parte de um movimento global para que toda a inovação chegue ao público e às indústrias”, enumerou.</p>
<p>Em seguida, um debate com especialistas trouxe à tona os desafios e medidas que precisam ser feitas no Brasil para que os avanços cheguem de forma efetiva. O otimismo sobre a chegada do 5G continua forte, conforme pontuou Marcio Kanamaru, sócio-líder TMT da KPMG e moderador da discussão, mas agora todos estão em busca de respostas sobre monetizar o 5G em meio à integração necessária com ecossistemas mais amplos, com Edge Computing, IoT, realidade aumentada, metaverso, que estavam aguardando a chegada dessa rede móvel mais avançada para serem efetivamente utilizados.</p>
<p>Na opinião de Abraão Balbino, superintendente executivo da Anatel, a discussão das propostas para a monetização é essencial para desatar os nós históricos que o Brasil ainda precisa resolver no setor, que tem como caraterística a transição tecnológica constante. “Do ponto de vista de todo o ecossistema, é fundamental ‘casarmos’ a realidade brasileira com as inovações apresentadas no evento europeu. Além disso, temos debates constantes com o setor público, ministérios e com o setor privado sobre um conjunto de questões conjunturais que precisam ser resolvidas e implantadas como fair share, monetização, inteligência artificial, realidade aumentada e metaverso, pois são muito promissoras, mas ainda não se traduzem em produtos, negócios e oportunidades”, destacou o executivo.</p>
<p>De acordo com Daniela Martins, diretora da Conexis Brasil Digital e representante da Telebrasil, a monetização é um desafio para o setor porque as ondas de investimentos constantes em tecnologia inerentes aos serviços de telecom representam gastos também elevados. Porém, os serviços de IoT podem ser a resposta para a monetização. “Eles representam a multiplicação muito mais ampla dos acessos com cada equipamento inteligente. Um ambiente de inovação vai levar esses ciclos de investimento para o B2B atuando como alavanca e resposta a sistemas corporativos, indústria, agronegócio etc.”, acredita ela.</p>
<p>Outras formas de monetização se apoiam em três pilares do 5G, conforme explicou Jacqueline Lopes, diretora Institucional de Relações LATAM da Ericsson. “O primeiro pilar é o FWA, que já vem sendo bastante usado em países como os EUA; o Network Slicing, por meio de parcerias, é o segundo e, por fim, as redes privadas que complementam as possibilidades de infraestrutura e podem aumentar a eficiência entre 25% e 60% para a indústria até 2030, de acordo com estudos da Ericsson”, disse ela. “Para que isso aconteça, é necessário fomentar e estimular cada vez mais todo o ecossistema com atores engajados para a realidade local”, completou.</p>
<p>A questão da sustentabilidade por meio de implantação de ações ESG também tem sido prioridade no setor e fez parte de importantes discussões dentro do MWC. Para Jacqueline Lopes, da Ericsson, a sustentabilidade não é questão de futuro, mas do nosso presente. “Segundo um estudo da Ericsson, a tecnologia pode reduzir 15% das emissões sem perder eficiência energética até 2030, ou seja, o acesso e uso de dados aumenta, mas o consumo de energia permanecerá estável”, destacou. “Por isso vemos que o 5G é habilitador de todos os setores para serem mais sustentáveis começando por indústria, logística, exportação e outros. O avanço que o 5G pode agregar para nosso país é bastante significativo”, afirmou ela.</p>
<p>Outro desafio que também precisa ser solucionado para o avanço do 5G, conforme explicou Marcio Kanamaru da KPMG, é a necessidade de atualização da regulamentação adequada à rede móvel de quinta geração. Isso porque hoje o Brasil contabiliza 271 cidades com lei atualizada aos requisitos do 5G, correspondendo a 36% da população, mas representam apenas 3% dos 5.568 municípios. Além disso, a Anatel registra apenas 40 pedidos de redes privadas.</p>
<p>Segundo Luiz Henrique Barbosa Silva, presidente da Telcomp, cada vez o setor e, principalmente a entidade que ele preside, necessitam ser hubs de negócios e ir além de discutir apenas as questões regulatórias. “Ao superar desafios do passado, inovamos para ter empresas competitivas, ver os preços caírem. Queremos participar de discussões para a chegada das redes privadas e tornar as aplicações mais viáveis, com segurança e maior produtividade, mostrando o potencial do telecom como setor transversal que afeta toda a economia do País e precisa ser visto cada vez mais como essencial para resolver questão dos impostos e facilitar o ambiente de negócios”, concluiu Luiz Henrique.</p>