4 de dezembro de 2024

Internet para todos ou só para alguns?

<p>No mundo atual ficar sem conexão é uma sentença de morte para empresas de todos os portes. Se as comunicações fossem interrompidas, em 24 horas diversos negócios poderiam ir à falência.</p>
<p>No entanto, a cenário não é hot plugged como parece. O governo decide prover banda larga em locais de difícil conexão e a população excluída ganha acesso automaticamente. Não é bem assim, pois logo após o lançamento o programa ficou suspenso devido uma disputa judicial e o satélite lançado em 2017 ficou sem utilização, com custo de quase 3 bilhões para todo o projeto.</p>
<p>Mas chegou uma luz ao fim do túnel, com a derrubada da liminar por decisão da ministra Carmen Lucia no último dia 16 de julho que suspendia o contrato que a americana Viasat estabeleceu com a Telebras para explorar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC). O equipamento é essencial para os programas públicos de acesso à internet.</p>
<p>O papel da Viasat é oferecer suporte e montar a infraestrutura para os programas de acesso. Em contrapartida, a empresa pode explorar a capacidade não utilizada do satélite para oferecer serviços próprios de banda larga. O problema é que concorrentes e entidades do setor consideram a contratação ilegal, sendo que a Telebras afirma que nenhuma empresa manifestou interesse pela parceria no processo de chamamento público que realizou em 2017. Ora, será que nenhuma empresa nacional poderia oferecer o mesmo serviço?</p>
<p>Enquanto mantivermos a postura da falta de transparência, licitações duvidosas, legislação frágil e jeitinhos, os programas públicos que nascem com boas intenções não podem ser bem sucedidos. E enquanto isso, quem faz a verdadeira inclusão digital são os pequenos provedores, que investem no interior do país que ainda tem muito para desenvolver.</p>
<p><em>(*) Diretor de novos negócios da Skylane Optics do Brasil.</em></p>