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16 de setembro de 2024

Integração de Aplicativos na Nuvem – Por que uma nova abordagem é necessária?

<p><br /><br />À medida que o mercado amadureceu e a adoção de aplicativos SaaS se tornou uma realidade, a necessidade de ter uma estratégia de integração de dados finalmente veio à tona como uma prioridade para as áreas de negócios e para os departamentos de TI, aí a razão e a necessidade de uma nova abordagem para esse antigo problema.<br /><br />Quando se trata da adoção de aplicativos na nuvem, antes de considerar um novo modelo de arquitetura, é importante compreender o perfil dos usuários que irão implantar e manter o mesmo. A tendência natural é que os funcionários responsáveis pelo projeto de implantação ou pela manutenção de um aplicativo SaaS não estejam atrelados unicamente ao departamento de TI. Tipicamente, essas pessoas trabalham ou vieram de áreas de negócios específicas (vendas, finanças, marketing ou RH) e lidam ou irão lidar com o aplicativo no seu dia a dia. São esses os colaboradores responsáveis por garantir que os usuários finais do aplicativo SaaS sejam produtivos e tenham os dados que precisam para realizar suas tarefas de forma eficaz.<br /><br />Historicamente, a abordagem tradicional de arquitetura, com base única na visão de TI, tentou segmentar cuidadosamente as práticas e atividades de integração em grupos, tais como: tecnologia, ferramentas e processos. Dependendo do conjunto de habilidades e da disponibilidade do pessoal de TI, uma empresa que esteja fazendo a integração de dados localmente pode utilizar uma ou todas as tecnologias e conceitos que permitem a integração de dados e a interação de todas essas práticas, atividades e grupos.<br /><br />No entanto, quando se trata de integração de aplicativos na nuvem é importante determinar não somente quem fará o trabalho e como o mesmo será desenvolvido, mas também o grau de complexidade da lógica do negócio e que métodos para troca de dados serão utilizados. Para determinar isso, precisamos primeiro analisar as principais tecnologias e conceitos de integração de dados que existem no mercado e a sua capacidade de adequação a uma abordagem de aplicativos em nuvem.<br /><br />Tecnologias ESB<br /><br />Usualmente tecnologias ESB (Barramento de Serviços Corporativos) fazem o uso de algoritmos de publicação e assinatura para integrar dados. Cada consumidor e/ou provedor assina tópicos de interesse específicos e, quando um evento é publicado, uma única cópia da mensagem é enviada a cada um dos canais de saída.<br /><br />O roteamento da mensagem pode ser configurado para permitir ou impedir que certas classes de mensagens sejam transferidas ou também para suprimir o roteamento de mensagens para tópicos que não possuam assinantes ativos. Em qualquer arquitetura ESB o roteamento e a mediação de mensagens são partes importantes do processo de integração de dados. Portanto, é crucial não apenas saber como construir a arquitetura sequencial de mediação para tratar quaisquer condições de erro, como também utilizar os serviços de mediação corretos para integrar os dados.<br /><br />Quando se trata de integração de dados de aplicativos em nuvem, mesmo a mais simples omissão no sequenciamento dos dados pode fazer com que dados críticos não cheguem ao seu programa, ou que cargas de dados sejam realizadas fora de ordem. Como neste modelo não há como saber se seus dados foram de fato integrados com sucesso, existe uma boa chance de que as regras e processos de negócio, assim como a integridade referencial dos dados, sejam violadas ou até mesmo perdidas no meio do caminho.<br /><br />Consequentemente, muitas vezes temos que sacrificar a integridade dos dados a fim de obter um melhor desempenho, caso se pretenda utilizar essas tecnologias para atender a requisitos de integração de aplicativos em nuvem. A complexidade da integração desses por meio de um barramento ESB aumenta com o número de entradas e saídas (endpoints) e sistemas interagindo.<br /><br />Integração nativa na nuvem<br /><br />Com a integração nativa na nuvem, a API de cada aplicativo é utilizada não apenas para acessar os dados, mas também para navegar, ler e escrever em toda a camada de metadados dos objetos (por exemplo, tabelas) do aplicativo. Dessa forma, esse tipo de integração em nuvem permite que os usuários simplesmente mapeiem os respectivos objetos da fonte/origem e do alvo/destino entre aplicativos distintos, sem ter que se preocupar com qualquer tipo de formato, com a necessidade de tradução intermediária, com a qualidade dados ou com tecnologias complementares de intermediação e mensageria.<br /><br />Porém, mesmo no modelo de integração nativa, as pessoas responsáveis pela integração de dados – isto é, os administradores dos aplicativos – ainda precisam ser capazes de implementar, suportar e manter o software em operação. Além disso, existe a necessidade de compreender conceitos complexos e diferentes de integração, pois para cada API há um modelo de interação. Embora o resultado final de uma integração nativa em nuvem possa beneficiar os usuários finais dos aplicativos, ainda é necessário passar pelo longo processo de implementação, provisionamento e manutenção, sem mencionar a necessidade de convencer a área de arquitetura de TI de que este é o melhor modelo a ser adotado.<br /><br />Integração na nuvem como Serviço – A nova maneira<br /><br />Anteriormente escrevemos sobre a importância de compreender o perfil do usuário que precisa realizar a integração de dados. Administradores de aplicativos em SaaS esperam um alto grau de automação e agilidade de implementação, e o mesmo se aplica à integração na nuvem. Uma abordagem baseada na nuvem aplicada à integração de aplicativos SaaS precisa entregar todos os benefícios que uma abordagem nativa oferece, reduzindo o esforço de implementação, de suporte, de manutenção e todos os desafios relacionados à evolução (upgrade). A abordagem correta neste caso é a adoção de um serviço de integração de dados na nuvem que seja multimodal, que ofereça a mesma facilidade de uso e que possua um modelo rápido de implementação rápida, assim como um aplicativo na Nuvem oferece.<br /><br />Esta nova maneira de fazer integração de dados está crescendo rapidamente em termos de aceitação por empresas dos mais variados portes e segmentos e está acompanhando as constantes mudanças do ambiente de Nuvem. Com o surgimento do que o Gartner está chamando de Plataforma de Integração como Serviço (iPaaS) e com um número cada vez mais organizações de TI abraçando uma abordagem “Cloud-first” (Nuvem primeiro), podemos aguardar alguns avanços tecnológicos muito interessantes neste espaço nos próximos anos.<br /><br />(*) Arquiteto de soluções da Informatica Corporation</p>