Tendência dos estádios inteligentes, com wireless para grandes densidades, se consolida nos Estados Unidos com investimento da National Football League (NFL); no Brasil, necessidade de melhoria de infraestrutura se evidenciou na Copa do Mundo, evento em que apenas metade dos estádios contou com internet wireless
A Extreme Networks Brasil aposta no fornecimento de tecnologia wi-fi de altíssima performance para conquistar o segmento esportivo, um dos mais promissores no país para a área de tecnologia, especialmente no atual período pré-Olimpíadas. A companhia trabalha internamente a solução IdentiFi, access points para grandes densidades, junto com seu software Analytics visando, arenas, estádios e espaços públicos principalmente após a Copa do Mundo. O Brasil é o terceiro maior mercado para a Extreme, atrás apenas dos Estados Unidos e Alemanha.
O Mundial de futebol registrou recorde no tráfego de dados durante os jogos – cerca de 26,7 terabytes, conforme o SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal) – e evidenciou a urgência de investimento em wi-fi para evitar congestionamento nas redes de 3G e 4G e garantir conectividade nas Olimpíadas.
A disponibilização de internet wireless nos estádios brasileiros criou divergências comerciais entre a indústria de telecomunicações e as administrações dos centros esportivos em 2014. As negociações para a instalação de infraestrutura wireless começaram em 2013, na Copa das Confederações, quando os torcedores de telefonia móvel tiveram problemas para completar chamadas antes, durante e depois dos jogos devido ao tráfego intenso nas redes 3G e 4G.
Só houve consenso para a instalação da infraestrutura para disponibilização de internet wireless, pelas operadoras de telefonia, nos estádios de Brasília, Porto Alegre, Salvador, Rio de Janeiro, Manaus e Cuiabá. Por isso, em ação contingencial em todos os estádios, as operadoras instalaram infraestrutura própria para evitar queda de rede.
Nos Estados Unidos, a National Football League (NFL) percebeu que investir em tecnologia wireless é indispensável para manter os torcedores dentro dos estádios. A Extreme Networks se tornou recentemente o primeiro fornecedor oficial de Wi-Fi e Analytics (gerenciamento de aplicações) para a NFL e a solução wireless da empresa está instalada nos estádios de New England Patriots, Philadelphia Eagles, Jacksonville Jaguars, Cincinnati Bengals, Seattle Seahawks e Tennessee Titans.
Com a tecnologia, os torcedores podem utilizar simultaneamente aplicações multimídia – postar fotos, enviar mensagens e imagens, assistir vídeo da NFL – e ter acesso a conteúdos exclusivos do jogo dentro do estádio, permitindo interação do público. Além disso, a administração do estádio pode explorar a ferramenta comercialmente: com a plataforma Analytics, consegue mapear o comportamento dos usuários e oferecer serviços e anúncios aos torcedores.
“Melhorar a experiência dos fãs continua a ser uma das principais prioridades da NFL. Estamos construindo a infraestrutura de tecnologia necessária e cumprindo os altos padrões que colocamos no lugar para dar a nossos fãs o tipo de experiência que eles merecem”, explica Michelle McKenna-Doyle, CIO da NFL.
É essa a tendência que desponta no Brasil. “Há um mercado ainda pouco explorado e a Copa do Mundo mostrou isso: a modernização dos estádios e centros esportivos neste sentido é necessária para receber eventos como o Mundial e, daqui a um ano, as Olimpíadas. Mas em qualquer época, a tecnologia wi-fi de qualidade é cada vez mais um requisito básico. As pessoas estão conectadas em todo lugar e nos jogos não é diferente”, afirmou o diretor da Extreme Networks Brasil, Marcelo Maldi.
Um dos cases da companhia no segmento Wi-Fi em espaços públicos no Brasil é a instalação de 19 hotspots em praças, parques e locais de grande concentração de pessoas em Belo Horizonte. A prefeitura da cidade investiu na ampliação e melhoria dessa tecnologia neste ano para receber os turistas da Copa do Mundo. Cada ponto de internet wireless permite 250 acessos simultâneos, capacidade nove vezes superior aos pontos que já funcionavam na capital mineira.
“Estamos no terceiro nível de inovação tecnológica na atualidade e as empresas devem responder a essa demanda permitindo aos clientes boas experiências com a tecnologia para que permaneçam competitivas. A NFL está na vanguarda desta tendência e deve ser modelo para outras indústrias”, ressalta Crawford Del Prete, diretor de Pesquisas do IDC (Internacional Data Corporation), instituto de pesquisas em tecnologia reconhecido mundialmente.