<p>Alguma vez você esteve em um seminário de treinamento ou em uma aula na universidade e perguntou-se, “E agora? Essa é uma hora de minha vida que nunca vou recuperar?” A resposta é “Sim, é possível recuperá-la”.<br /> <br />A tendência educacional de prometer ao aluno a devolução de seu tempo “perdido” durante o curso é denominada “educação baseada em competências”. Como muitas palavras e expressões que estão na moda, este é um conceito que pode soar complicado, como algo inventado, mas que é usado há um bom tempo. E se lhe parecer complicado, afirmo que realmente não é o caso.<br /> <br />A educação baseada em competências, personalizada e ditada pelo ritmo dos alunos, significa que se você demonstrar “competência” em uma matéria pode então avançar à próxima. Assim, ao invés de seguir metodicamente o material com o resto do grupo, teria a liberdade de avançar para o próximo desafio ou mesmo dedicar um pouco mais de tempo para aprofundar-se em um tema particularmente complicado. Esta filosofia está presente há muito tempo como uma teoria ou um objetivo educativo, mas hoje, graças à tecnologia, é possível oferecer esse tipo de aprendizado de forma personalizada e sem limitações de espaço, lugar e tempo.<br /> <br />Esse tipo de educação inclusive já tem ajudado empresas a superar alguns desafios. Atualmente, os administradores recebem diversos pedidos difíceis de serem realizados, como mais acesso à educação, principalmente de alunos adultos, e melhor maneira de medir desempenho. Com a ajuda da educação baseada em competências, ficou muito mais fácil de satisfazer todas essas prioridades. Nas universidades, a educação baseada em competências não requer mudanças na vida acadêmica, sendo um modelo pedagógico e educativo mais efetivo para os estudantes não tradicionais. Mas, em um âmbito empresarial, cada hora que um empregado investe em capacitação, representa uma hora de produtividade e rentabilidade perdida. E, se a recompensa de se ter empregados altamente capacitados beneficia as empresas, quanto mais eficientemente um empregado possa aprender essas novas habilidades, melhor. Por isso muitos executivos estão recorrendo à educação baseada em competências como uma maneira de garantir que seus empregados sigam aprendendo novas habilidades.<br /> <br />Antes mesmo que uma pessoa ingresse no mercado de trabalho, a educação baseada em competências pode ajudá-la a responder mais rapidamente às necessidades da economia global.<br /> <br />De acordo com um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), 36% das empresas da América Latina e do Caribe encontram dificuldades para encontrar uma força de trabalho capacitada, em comparação com a média mundial de 21%. Se os líderes empresariais e de governo não agirem agora, no futuro poderíamos registrar altos níveis de desemprego e uma séria estagnação econômica. Entre 30 e 50% das empresas da região oferecem a seus empregados programas de capacitação. A disponibilidade de treinamento é menor entre as PME (Pequenas e Médias Empresas).<br /> <br />O desemprego nas áreas urbanas da América Latina alcançou 6.6% em 2015, de acordo com um relatório da CEPAL e da OIT (Organização Internacional de Trabalho). O problema com os modelos de educação tradicionais é a incapacidade de superar obstáculos como esse e o fato de que levaria anos para reverter essa tendência, obrigando os estudantes a cursarem programas de licenciatura de quatro anos, e aos empregados a realizarem treinamentos por tempo limitado.<br /> <br />Para as pessoas que já foram incorporadas ao mercado de trabalho, a promessa da educação baseada em competências permite capacitá-las mais rapidamente comparada aos modelos de educação tradicionais. Para os legisladores, esse sistema permite mudar as prioridades rapidamente na medida em que novas habilidades são exigidas. Quando empregados ou estudantes estão dispostos a aprender as habilidades necessárias para responder às necessidades do mercado, a educação baseada em competências oferece mais apoio que os outros modelos tradicionais de ensino com horas definidas.<br /> <br />Porém, a pergunta de um milhão de dólares é: as empresas e os trabalhadores responderão às tendências do mercado?<br /><br /><em>(*) Vice-presidente de vendas para América Latina da D2L.</em></p>