<p>O maior obstáculo foi sem dúvida a fase de evangelização do mercado, onde tínhamos que convencer as equipes de TI que integração em tempo real era possível e viável economicamente para pequenas e médias empresas ou projetos departamentais das grandes, pois isso era uma realidade restrita apenas a grandes projetos corporativos.</p>
<p>Outro desafio era convencer aos profissionais das áreas de negócio que a restrição imposta por TI estava ultrapassada, poderia ser diferente. Estavam acostumados a ver integração apenas como troca de arquivos e processamento apenas de madrugada. Isso abria um mundo de oportunidades.</p>
<p>Passada essa fase de evangelização do mercado veio a onda do conceito de SOA, o estabelecimento do Webservice como padrão, a interseção com o conceito de BPM (Business Process Management), a valorização das APIs, enfim, diversas etapas até os dias de hoje, onde a demanda por integração é quase uma constante em todos os projetos e é aceita com naturalidade.</p>
<p><strong>Cloud Computing e Mobilidade aumentam demanda por Integração</strong><br />Graças aos fortes movimentos atuais de adoção de Cloud Computing e mobilidade, que dominam a pauta de TI, a integração se tornou não só uma constante, mas um ponto crítico de sucesso desses projetos.</p>
<p>Os movimentos de Social Media e o crescimento do e-Commerce em menor escala também contribuem para aumentar essa demanda.</p>
<p>Em evento ocorrido em agosto de 2013 em São Paulo, o Gartner divulgou estudo onde prevê que até 2016 as médias e grandes empresas aumentarão investimentos em integração em mais de 33% se comparadas com 2013. Este crescimento, segundo os analistas do Gartner, fará com que os investimentos em Integração ultrapassem os investimentos na aquisição de novas soluções. É o sinal que a tendência do que vimos há 10 anos, de fato se concretizou.</p>
<p>Se enxergarmos os pacotes de software como Objetos, estamos ganhando produtividade no geral com a reutilização e tendo na integração, a amálgama ou liga que os une.</p>
<p><strong>A visão de processo</strong>s<br />Falar em integrar processos em vez de integrar sistemas pode parecer apenas um nome mais bonito, mas há uma diferença muito grande nestas duas abordagens.</p>
<p>Ao dizer que estamos integrando sistemas, estamos apenas levando informações de um sistema A para o sistema B, mas ao dizer que estamos integrando e/ou automatizando processos, buscamos entender o cenário de negócios que a integração está inserida e buscamos aproveitar a oportunidade do projeto para maximizar os benefícios que a integração poderá trazer. Temperar a integração com automação de alguns processos pode trazer ganhos significativos ao negócio e as vezes tornar viável o investimento.</p>
<p>A característica de orquestração dos barramentos de integração, permite a criação de workflows, de roteamento de mensagens, enfim é exatamente aqui que a integração faz interseção com o conceito de BPM e permite em certa escala um gerenciamento do processo de negócio automatizado.</p>
<p>Valorização da arquitetura de integração<br />A integração de processos e sistemas, para ser valorizada, necessita de uma visão abrangente por parte dos decisores, de longo prazo e aprofundamento no tema. É um grande desafio, pois há uma grande dificuldade em valorizar algo que, quando funciona perfeitamente, ninguém lembra que existe.</p>
<p>Este é o desafio que está nas mãos dos fornecedores e dos CIOs. A integração não tem funcionalidades previas para se apresentar, realizar uma demo a usuários finais. Isso nos impõe um forte desafio de abstração, visão de arquitetura de sistemas e coragem para decidir sobre assuntos de longo prazo.</p>
<p>Como munir os CIOs de argumentos para que convençam o CFO ou CEO sobre um investimento em algo que não se vê e não se valoriza?</p>
<p>Buscar descobrir o custo da falta de solução é um dos caminhos, apesar da dificuldade em como converter cenários em cifras.</p>
<p>O primeiro projeto muitas vezes irá pagar pela absorção de tecnologia e metodologias e pode acabar não sendo suficiente para justificar o investimento. Mas ao lidar com decisores com visão mais abrangente e de longo prazo, os benefícios são facilmente percebidos.</p>
<p><strong>Fantasma da improvisação</strong><br />Integração é um prato cheio para quem gosta de dar um jeitinho e improvisar. Não importa a ferramenta que você conheça sempre há uma forma de usá-la em uma integração.</p>
<p>Ainda vemos integrações feitas por arquivos textos, através de triggers de banco de dados, ferramentas de ETL, com invasão de código em uma das partes para chamar a API da outra, enfim uma infinidade de formas que chegam a dar calafrios em quem se especializou na área e consegue medir as consequências a longo prazo.</p>
<p>É como um médico se sente ao ver pessoas se automedicando através de consulta na internet, deixando de lado os vários anos de estudo e especialização que o levaram ao título de Doutor.</p>
<p>Na maioria das vezes são caminhos tomados para se fazer "economias burras" e que mais cedo ou mais tarde vão exigir que a arquitetura da integração seja revista e seja usada um barramento de integração com capacidades de orquestração, gerenciamento e monitoramento, que dará muito mais qualidade e tranquilidade ao dia a dia da operação do projeto.</p>
<p>Os profissionais de TI precisam buscar entender que há tecnologias especificas para a finalidade de integração e não podemos ver tudo como desenvolvimento ou um problema de replicação de base de dados.</p>
<p>Federação de barramentos de integração<br />Na extremidade oposta da improvisação estão as empresas que já adotaram um barramento de integração e que se obrigam a não usar novos por já terem escolhido um, implicando em maiores custos e perda de agilidade.</p>
<p>Existem diversas situações onde o uso de novos barramentos com características especificas, se justificam, para que venham a facilitar e dar agilidade a uma integração especifica, o que leva a existência de comunicação entre barramentos, o que deve ser encarado com naturalidade.</p>
<p>Aqui, mais um estudo nos ajuda a entender esta tendência. O Gartner estima que, até 201, 50% dos projetos de integração possuirão barramentos federados, ou seja, terão mais de um barramento de integração trabalhando juntos.</p>
<p>iPaaS<br />Exercitando um pouco o futuro, levar o conceito de Software as a Service para a Plataforma de Integração é uma forte tendência já que muito do que vai ser integrado está na Nuvem.</p>
<p>Levar a tecnologia de integração para a Nuvem fará também com que recursos sejam compartilhados o que possibilitará níveis de investimento mais baixos.</p>
<p>A grande maioria dos fornecedores de tecnologia já estão se movimentando para isso.</p>
<p>O Gartner estima que também até 2017 2/3 das integrações ocorrerão entre soluções na nuvem, ou seja, do lado de fora do firewall corporativo, o que reforça em muito o conceito de iPaaS (Plataforma de Integração como Serviço).</p>
<p>Internet das coisas<br />Além de tudo o que já citamos aqui, e saindo um pouco do mundo corporativo, o conceito de Internet das coisas, trará mais um mundo para a integração. Teremos que ligar nosso dispositivo móvel com nossa geladeira, fogão, banheira, cafeteira, carro, relógio e por ai vai.</p>
<p>O mundo está cada vez mais conectado e a tendência é que tudo venha com APIs, que possibilitem as mentes criativas a tornar isso tudo, um pouco mais divertido.</p>
<p>(*) CEO da Magic Software Brasil</p>
<p>Publicado originalmente na <a href="http://cio.uol.com.br/tecnologia/2013/09/20/cloud-computing-e-mobilidade-aumentam-demanda-por-integracao/">CIO Brasil</a></p>