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São Paulo
28 de dezembro de 2024

Chips estão em falta

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<p>Os setores que mais devem sofrer essa falta são o automobilístico e o de dispositivos eletrônicos, que podem passar a enfrentar atrasos consideráveis no recebimento de chips já nos próximos meses. No caso da indústria automobilística, a Ford anunciou a paralisação de uma de suas fábricas nos Estados Unidos, enquanto a General Motors preferiu fazer encomendas que atenderão suas necessidades de chips durante um ano – simplesmente deixou de lado técnicas como just in time.</p>
<p>Diversos fabricantes de chips já estão aumentando preços e atrasando entregas; a curto prazo isso vai impactar diretamente o consumidor final, que além de esperar mais tempo por um determinado produto, terá que pagar mais caro por ele. Isso deve ficar muito visível no mercado de smartphones.</p>
<p>Não há solução rápida para o problema, já que para o aumento da produção são necessários grandes investimentos em equipamentos, que demandam bastante tempo para entrar em operação.</p>
<p>Fabricantes de chips de todo o mundo estão com problemas, tais como a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., maior fabricante mundial de chips para terceiros, a Nvidia Corp., maior empresa americana da área e a NXP Semiconductors NV, fornecedora holandesa de chips automotivos, industriais e de comunicação.</p>
<p>A principal causa dessa falta de chips é a pandemia, que desorganizou cadeias de suprimentos, diminuiu o ritmo de produção e fez com que mais pessoas comprassem aparelhos eletrônicos para trabalhar de casa, especialmente notebooks e smartphones.</p>
<p>Apenas as vendas mundiais de computadores pessoais cresceram 10,7% no último trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior; durante todo ano, o crescimento foi de 4,8%, o maior em dez anos. Além disso, os conflitos entre o governo americano e empresas chinesas contribuem para agravar a situação.</p>
<p>No momento, os prazos para entrega de chips, que antes da pandemia estavam ao redor de 10 semanas, chegam, dependendo do modelo, a 25 semanas, praticamente meio ano.</p>
<p>Acredita-se que a situação seja normalizada até o final de 2022.<br /><br /><em>(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo e professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.</em></p>