O Brasil já possui quase setenta milhões de internautas, que passam quase três vezes mais tempo diante do computador do que na TV. O país está entre os dez lugares com maior número de usuários de redes sociais e ocupa o segundo lugar em número de usuários no Twitter. Pela primeira vez no Brasil as redes sociais terão poder de influência sobre as eleições para presidência, governos estaduais, senado e Câmara dos Deputados.
O impacto será tão grande quanto o que elegeu Barack Obama nos EUA? Após análise, é possível perceber que muitos políticos entraram na rede sem nenhum planejamento, o que é fator determinante, já que, se por um lado amplia-se a possibilidade de comunicação dos candidatos (que não se restringe apenas à mídia tradicional e ao horário eleitoral gratuito) garantindo repercussão imediata, como o “twitaço” da candidata Marina Silva que garantiu cem mil novos seguidores em apenas um dia, por outro, abre um canal direto para o eleitorado acompanhar, cobrar e fazer deboches e reclamações, como é o caso de perfis falsos que são criados diariamente.
Recentemente, Marta Suplicy, tentou sem sucesso, que um perfil falso em seu nome fosse retirado do ar. A tentativa da candidata levanta uma questão importante: Os candidatos entendem o que significa fazer política na web? A internet é um espaço onde as pessoas podem dizer o que pensam. Por esse motivo vemos a dificuldade de muitos em se adaptar. Para melhor adequação é preciso inserir novas diretrizes, em muitos casos totalmente opostas às campanhas tradicionais. Dessas diretrizes, as principais são: descentralização, interação, mobilização, transparência e monitoramento. Essas diretrizes são essenciais para criar engajamento, fator decisivo na vitória de Obama, que ficou claro com a adesão do “Yes, We can”, e é exatamente isso que os políticos no Brasil não perceberam, não basta apenas fazer política, as palavras de ordem nas campanhas pela web são engajamento e relacionamento.
Jackeline De Aguiar é aluna do 4º ano do curso de Publicidade e propaganda do UNISAL, Centro Universitário Salesiano de São Paulo.
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