<p>O ano de 2017 apresenta indícios de que esta pode ser a fase da guinada no segmento de TI. Há um novo horizonte para o setor. O Brasil ocupa uma posição respeitável no Top 10 do mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) mundial, com perspectiva de crescimento em torno de 1,8% até 2020. O setor de serviços de TI nacional também tem expectativa favorável no período, com evolução ao redor de 7,0%, de acordo com dados da consultoria IDC.</p>
<p>No atual cenário de desenvolvimento, eficiência e diferenciação competitiva conduzirão o tom dos investimentos no País. Nos negócios, a comprovação de reduções de custos será o objetivo principal. Provedores tecnológicos que conseguirem transitar pelas várias linguagens do cliente terão mais sucesso.</p>
<p>Entre os desafios que serão enfrentados pela indústria da Tecnologia da Informação, o principal será a segurança. As preocupações quanto à proteção digital são apontadas como uma barreira para a adoção em massa, indicando que o tema deve ser uma prioridade.</p>
<p>Importantes institutos de pesquisa revelam que o orçamento de segurança avançará em torno de dois pontos percentuais, em relação à sua participação no total do investimento de TI das empresas, já entre 2017 e 2018. Os serviços de proteção vão caminhar cada vez mais para além da conectividade, passando por todas as camadas de tecnologia presentes nas organizações.</p>
<p>Poucos elementos da tecnologia corporativa terão um avanço tão intenso nos próximos dois anos quanto Cloud Computing. A Nuvem pública deve crescer acima de 20% ao ano até o fim da década.</p>
<p>Em 2016, cerca de 50% das empresas restringiram o BYOD (Bring Your Own Device) e mais de 70% delas tiveram algum tipo de controle associado à mobilidade. A maior disponibilidade de aplicações de negócio para dispositivos móveis acentuou o interesse pelo serviço em várias indústrias, com equipes de campo, de atendimento e aumento de colaboradores. Contudo, os avanços são limitados e a tendência de uso é baseada em funções ou microsserviços.</p>
<p>Aplicações móveis e profissionais para redes corporativas impulsionarão o mercado de TIC. Aplicativos e pagamentos via dispositivos móveis continuam sendo os maiores propulsores de dados. As operadoras com foco em Data Center terão aumento de demanda de dados fixos e de voz em redes convergentes. Em 2017, sairão as primeiras ofertas de SDN5 (Software Defined Network), permitindo serviços de rede definidos por software, com Telecom e TI se integrando cada vez mais.</p>
<p>A Internet das Coisas movimentou cerca de US$ 6,2 bilhões no Brasil no ano passado, e estima-se que os dispositivos domésticos foram responsáveis por cerca de US$ 50 milhões. Os projetos-pilotos nacionais já se encontram em fase de produção e diversos setores já estão utilizando e planejando novas soluções. Empresas tendem a migrar aplicações tradicionais, como telemetria e monitoramento, para IoT.</p>
<p>O impulso será dado pela necessidade de resultados de curto prazo. Também em 2016, o mercado de Business Analytics firmou-se como ferramenta para inovação de negócios, principalmente associada à mobilidade. Nos próximos dois anos, esse segmento deve atingir US$ 811 milhões de receita no Brasil. A proximidade entre as áreas de TI e de Negócios, aliada ao momento desafiador do País, continuará alavancando os projetos de Big Data e Analytics.</p>
<p>Pesquisa recente da IDC aponta que 54% das médias e grandes empresas no Brasil desejam investir em projetos de transformação digital em 2017. Para esse processo ser efetivo, serão necessários líderes, perfil que será escasso. Com isso, CIOs e CTOs precisarão se ajustar para serem habilitadores desse crescimento.</p>
<p>A arquitetura das aplicações também deve mudar, deixando de focar na previsão de uma determinada capacidade de processamento e passando a mirar na elasticidade. A maioria dos desenvolvedores em geral ainda não está preparada para essa transição, o que pode acentuar a escassez de mão de obra de boa qualidade e ocasionar a supervalorização desses profissionais. Um fenômeno semelhante acontecerá com desenvolvedores mobile, que têm exigências cada vez mais fortes em relação à experiência, conectividade e inteligência de suas aplicações.</p>
<p>Softwares continuarão ganhando espaço para armazenamento, rede ou automação e irão se apoderar dos recursos de Data Center. O crescimento de soluções de software está relacionado à transformação gradual da TI tradicional para o modelo de ITaaS (“IT as a Service”, ou “TI como serviço”). A área de System Management Software deve atingir US$ 500 milhões em 2017.</p>
<p>Além disso, a demanda de SaaS (Software as a Service) deve crescer com um maior envolvimento dos executivos de negócio (CxO). A maioria dos projetos de Big Data e Analytics e também de Internet das Coisas terão origem nas áreas de negócio. Os desafios de segurança e a maior complexidade na integração com o legado farão com que haja uma maior colaboração entre os profissionais.</p>
<p>No novo mundo digital, será fundamental que as companhias optem por tecnologias de ponta para obter ganhos financeiros reais e incrementar sua produtividade. A adoção de soluções convergentes de Telecom e TI ajudará as empresas brasileiras a se colocarem à frente dos concorrentes num mercado cujo foco são os resultados.<br /><br /><em>(*) Diretor Executivo de Soluções Digitais da Embratel</em>.</p>