A inclusão digital permite alia a conectividade a programas de governo ou de Parcerias Público Privadas (PPP) no fornecimento de acesso a comunidades em regiões remotas.
A dificuldade de fornecer acesso à conectividade em regiões remotas como áreas rurais, por exemplo, ainda se configura um forte desafio em um país de dimensões continentais como é o Brasil. No Futurecom esse tema será debatido por representantes de órgãos públicos e empresas prestadoras de serviços.
O total de conexões de banda larga fixa no País atualmente chega a 53 milhões, de acordo com levantamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Porém, somente 599 mil desses acessos são fornecidos em banda larga fixa via satélite, como afirma a consultoria Teleco, o que representa aproximadamente 1,1% do total. Ou seja, ainda há um campo bem promissor de possibilidades de negócios e desenvolvimento pela frente.
De acordo com Hermano Pinto, diretor do Portfólio InfraTech da Informa Markets Latam e responsável pelo Futurecom, “áreas rurais, estradas, subúrbios das cidades e até alguns bairros prejudicados por sua geografia apresentam serviços de baixa qualidade ou mesmo, nenhum serviço”. “Somente no Brasil, de acordo com dados recentes do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura, cerca de 13 milhões de pessoas vivem em locais onde não há cobertura de qualquer tipo de sinal, o que causa impacto à integração à sociedade, à economia, à educação e à saúde.”
A inclusão digital, portanto, é uma outra possibilidade ao se aliar a conectividade a programas de governo ou de Parcerias Público Privadas (PPP) no fornecimento de acesso a comunidades em regiões remotas. Exemplo disso é o Wi-Fi Brasil, do Ministério das Comunicações, instalado em locais como instituições públicas, escolas, bibliotecas, telecentros, unidades de saúde, comunidades quilombolas, aldeias indígenas, assentamentos rurais.
Para que haja pleno desenvolvimento dessas possibilidades, a integração de tecnologias de comunicação e acesso é um dos pontos a serem analisados. Além da banda larga fixa proporcionar a inclusão, há uma expectativa de forte quebra de barreiras com a chegada da sexta geração de telefonia móvel – 6G. Hermano Pinto ressalta que “a conectividade para cidades menores e de baixa densidade continuará crescendo pela combinação de tecnologias de acesso fixo e móvel, incluindo fibras, satélite, FWA e LTE”. “Um dos maiores alavancadores do 6G para a democratização de acessos se dará pela integração de sistemas terrestres e não-terrestres onde se inclui as redes satelitais. Velocidade é apenas um dos atributos do 6G, uma vez que a integração nativa da IA ou a integração das comunicações terrestres com satélites e outras plataformas espaciais garante conectividade em áreas remotas.”
Entre os congressos Future Congress, Future Cyber e Future Gov da 30ª edição do Futurecom, esses temas permearão os debates, como é o caso da Plenária 3, em 2 de outubro, às 10h, destinada ao debate sobre “Satélites”. O painel terá como mediador Mauro Wajnberg, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Telecomunicações por Satélite (Abrasat); que reunirá Leandro Gausner, presidente da Viasat; Fabio Alencar, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Telecomunicações via Satélite (Sindisat); Levi Figueiredo, diretor comercial da Telebrás; e Rodrigo Campos, diretor geral da Eutelsat no Brasil, para atualizar o público interessado nos desafios e possibilidades que os sistemas de satélites reservam para o futuro.
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