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22 de dezembro de 2024

InCor ganha prêmio internacional por inovação em diagnóstico de arritmias com IA

Instituto desenvolve algoritmo capaz de classificar 11 tipos de arritmias, e a tecnologia recebe reconhecimento global

O Instituto do Coração (InCor) HCFMUSP conquistou o prêmio “George Moody Physionet Challenge 2024“, realizado em Karlsruhe, na Alemanha. A competição internacional contou com a participação de 56 equipes de diferentes países, todas focadas em desenvolver algoritmos para digitalizar e classificar eletrocardiogramas (ECGs) capturados de imagens ou impressões em papel. Apesar do avanço dos dispositivos digitais, os ECGs físicos em papel ainda são amplamente utilizados, especialmente em regiões ao sul do equador. Por isso, soluções inovadoras que utilizam a Inteligência Artificial (IA) têm um papel fundamental no aprimoramento do diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares, especialmente em regiões com acesso limitado a tecnologias avançadas.

O InCor destacou-se ao criar um algoritmo de IA capaz de classificar automaticamente 11 tipos de arritmias, utilizando imagens de ECGs em 12 derivações. O sistema é capaz de interpretar exames digitais ou digitalizados, como uma foto de um registro em papel, oferecendo maior precisão no diagnóstico e melhorando a gestão de doenças cardiovasculares em populações com menor acesso a cuidados médicos. Para Marco Antonio Gutierrez, diretor de TI do InCor, essa conquista é um marco importante: “Nosso desenvolvimento em Inteligência Artificial demonstra a capacidade de inovação do InCor. Criamos uma solução eficiente que tem o potencial de revolucionar o diagnóstico de arritmias, especialmente em áreas com menos acesso a tecnologias de ponta.”

A tecnologia desenvolvida pelo InCor se baseia em técnicas avançadas de processamento de sinais e aprendizado profundo, que permitem que o algoritmo “aprenda” com grandes volumes de dados de ECGs. O modelo foi pré-treinado em diversas bases de dados e ajustado especificamente para interpretar exames digitalizados de ECG, atingindo uma média harmônica entre precisão e sensibilidade de 81,7% para todas as arritmias presentes no conjunto de validação. Para as arritmias mais frequentes na prática clínica, como fibrilação atrial e flutter atrial, o desempenho foi ainda melhor, com uma taxa de acerto de 91,5%. O objetivo é proporcionar aos médicos uma ferramenta acessível, precisa e que auxilie no processo de interpretação de exames, reduzindo erros humanos e acelerando o diagnóstico.

Gutierrez também ressaltou o potencial transformador dessa tecnologia para o futuro da medicina cardiovascular: “Com esse algoritmo, oferecemos uma solução que pode ser utilizada em qualquer lugar do mundo, inclusive em regiões que ainda dependem de ECGs com registros em papel. Essa tecnologia tem o poder de transformar a prática clínica, proporcionando diagnósticos mais rápidos e precisos, mesmo em locais com recursos limitados.”

O uso da Inteligência Artificial no projeto do InCor demonstra como a tecnologia pode ser uma aliada poderosa no setor de saúde, promovendo maior equidade no acesso a diagnósticos de qualidade e ampliando o impacto positivo nos cuidados com o coração.

Fonte: InCor