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22 de dezembro de 2024

Aumenta a proporção de brasileiros que planejam mudar de emprego

Hoje são 75%, no ano passado 60%, de acordo com o LinkedIn. O número que é menor que nos EUA (85%), mas em linha com o Reino Unido (75%), Irlanda (73%) e Alemanha (71%).

Dois terços dos profissionais brasileiros pretendem mudar de emprego em 2024, segundo com um novo estudo do LinkedIn, 75% dos profissionais brasileiros pesquisados estão considerando mudar de emprego em 2024, número que é menor que nos EUA (85%), mas em linha com o Reino Unido (75%), Irlanda (73%) e Alemanha (71%).

No Brasil, isso representa um aumento de 15 pontos percentuais em comparação com 2023 (60%). Nos outros países, as mudanças também foram marcadas por acréscimos. Comparando o ano passado com este, os EUA tiveram um aumento de 18 pontos percentuais (67%), 15 pontos percentuais no Reino Unido (60%), 14 pontos percentuais na Irlanda (59%) e 13 pontos percentuais na Alemanha (59%).
Outro ponto destacado no recorte do Brasil do relatório mostra que a necessidade de salários mais altos (44%), o desejo de um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal (29%) e a confiança em suas habilidades (21%) são os principais motivadores* para os profissionais estarem considerando mudar de emprego.

“Embora as prioridades continuem as mesmas se comparadas aos resultados do ano passado, o estudo aponta uma diferença significativa nas porcentagens, mostrando que o cenário econômico está moldando a forma que os brasileiros estão planejando suas carreiras. Enquanto a busca por salários mais altos cresceu 10% (40% no ano anterior), o equilíbrio entre vida pessoal e profissional diminuiu 26% (39% no ano anterior).

Para atender a essas prioridades, os profissionais pesquisados estão dispostos a explorar novos caminhos, com 63% confiantes de que buscarão oportunidades fora de sua indústria ou função atual, segundo a pesquisa. Isso reforça que os brasileiros estão realmente demonstrando confiança sobre o que querem e o que não querem para suas carreiras”, diz Milton Beck, Diretor Geral do LinkedIn para a América Latina e África (LTS).

A pesquisa também indicou que, caso recebessem uma nova proposta de emprego/promoção que exigisse trabalho presencial em tempo integral, 51% dos profissionais recusariam a oferta em favor de uma política de trabalho híbrida/remota. A porcentagem é ainda maior quando olhamos para a Geração Z, com 58%, e segue alta até mesmo para os Baby Boomers (43%).

*Vale mencionar que os entrevistados poderiam escolher até três itens e entre as opções de resposta também estavam falta de oportunidades de crescimento, tédio e desejo de mudança de carreira/indústria, e o desejo de trabalhar com novas pessoas, por exemplo.

Os profissionais estão recorrendo cada vez mais ao seu “branding profissional”

Em meio à forte concorrência, os profissionais estão buscando novos métodos para se destacarem: 56% afirmam que mudaram sua abordagem na busca por emprego, experimentando novos formatos como vídeos, que inclusive podem ser postados no feed do LinkedIn. Eles também estão interessados em usar a Inteligência Artificial, com 67% dos profissionais afirmando que a ferramenta pode tornar suas buscas por emprego mais eficientes e produtivas.

Investir na construção de suas marcas profissionais – ou branding profissional – e aproveitar novas oportunidades de conexões também são apontados como fatores que ajudam a aumentar as chances de conseguir um novo emprego. Cerca de 57% dos profissionais estão postando mais conteúdo no LinkedIn e 68% estão sendo mais ativos na expansão de suas redes profissionais.

Os trabalhadores sinalizaram uma dificuldade em adequar as suas competências aos empregos que desejam

Ao mesmo tempo em que estão otimistas, os profissionais também estão achando difícil acompanhar as rápidas mudanças nas habilidades necessárias para algumas funções, em grande parte impulsionadas pelos rápidos avanços da Inteligência Artificial. Aproximadamente 33% dos profissionais afirmam que não sabem como alinhar suas habilidades aos empregos que desejam, tornando o processo de busca por novas oportunidades ainda mais desafiador. Apesar disso, os trabalhadores brasileiros planejam aprimorar suas habilidades este ano – seja online (80%) ou com instrução presencial (55%). Os dados do LinkedIn mostram que as habilidades exigidas para os empregos mudaram 25% desde 2015 e a expectativa é de que este percentual atinja 65% até 2030 globalmente devido à IA.

Com o objetivo de ajudar os trabalhadores a garantirem uma carreira sustentável a longo prazo, o LinkedIn também anunciou a lista das habilidades mais procuradas no Brasil para 2024: aquelas que os empregadores priorizam ao recrutar, publicar e contratar talentos na plataforma.

De acordo com Milton, à medida que a inteligência artificial transforma o mundo do trabalho, as habilidades interpessoais, que apenas os humanos podem trazer – como comunicação, gerenciamento e liderança – estão se tornando mais importantes do que nunca.

“Enquanto as empresas estão investindo significativamente em transformações e aprendizados baseados em IA, elas também estão priorizando o desenvolvimento de habilidades interpessoais entre suas equipes, como refletido na tabela. A união de habilidades exclusivamente humanas com habilidades técnicas, principalmente focadas em novas tecnologias, proporciona uma enorme vantagem competitiva para as empresas, bem como uma força de trabalho muito mais resiliente e preparada para mudanças futuras”, afirma o executivo.

A pesquisa de consumo: esta pesquisa foi realizada pelo Censuswide, com 1.011 profissionais com emprego de tempo integral ou parcial no Brasil entre 24 de novembro de 2023 a 13 de dezembro de 2023. A Censuswide é membro do British Polling Council e adere e contrata membros da Market Research Society, que opera sob os princípios da ESOMAR.

Habilidades mais demandadas: A demanda por uma habilidade é medida pela proporção de membros que a possuem e foram contratados recentemente, as habilidades de membros que receberam InMails de recrutadores recentemente e as habilidades listadas em anúncios de empregos pagos postados nos últimos 6 meses.