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São Paulo
19 de setembro de 2024

O futuro dos jornais

<p>E muita gente acha isso estranho porque o jornal tem uma imagem de algo muito ultrapassado, mas eu vou explicar por que eu gosto e por que eu acho que, mesmo o crescimento da internet, os jornais não vão acabar.</p>
<p>Para quem não sabe, os portais de internet vivem de cliques. Eles vivem numa busca incessante para que os usuários cliquem o máximo de vezes possível em notícias porque cada clique gera 1 view (visualização) e a soma dos views é a audiência do portal. É como se os views fossem os “pontos do Ibope da televisão”.</p>
<p>Se o objetivo é ter muitos views, então o portal tem que privilegiar as notícias mais atrativas. Por isso que a gente sempre vê em destaque nos portais muitas notícias de esportes, fofocas, novelas, polêmicas, catástrofes, curiosidades, bizarrices, etc. Por que isso tudo gera cliques.</p>
<p>O problema é que tem muitas notícias que não geram cliques, mas que são relevantes para a cidadão, só que essas notícias ficam “escondidas” nas seções e subseções dos portais.</p>
<p>A capa do jornal impresso também tem como objetivo ser atrativa para vender na banca de revista. A capa do jornal também busca o “clique”, mas, uma vez que você compra o jornal por causa da capa, você “ganha” um monte de outras notícias que você acaba lendo por tabela, nem que seja apenas o título delas.</p>
<p>E isso não acontece na internet. Ninguém tem o hábito de sair clicando em todas as editorias e subeditorias de um portal. Na internet, a gente normalmente procura apenas o que nos interessa, enquanto que no jornal a gente é meio que forçado a ler sobre mais assuntos.</p>
<p>As notícias na internet também tendem a ser mais curtas, porque o objetivo é que o usuário clique logo em outro link para gerar mais views. A campanha do Estadão inclusive diz que tem como objetivo de “atacar o principal ponto negativo do mundo das notícias em excesso: a superficialidade.” Eles não quiseram falar explicitamente INTERNET, mas todo mundo sabe que é dela que eles se referem.</p>
<p>Eu gosto de imaginar que a equipe de um jornal são meus funcionários. E, dentre esse universo infinito de notícias, eles filtram aquelas mais relevantes, imprimem e enviam todo dia para a minha casa. Tudo isso a um custo de apenas 2, 3 reais por dia.</p>
<p>É claro que as notícias são selecionadas de acordo com a opinião da equipe do jornal, mas esse problema vai ocorrer em qualquer veículo impresso ou digital. É difícil haver uma imparcialidade plena em qualquer plataforma de conteúdo.</p>
<p>E por que eu não leio a versão impressa do jornal no tablet?</p>
<p>Bem… Aí é uma coisa muito pessoal minha. Eu prefiro o jornal impresso porque todo dia que ele chega na minha casa eu me sinto na obrigação de consumir aquele conteúdo. Eu não tenho coragem de pegar um jornal novinho e jogar no lixo. Mesmo que eu não consiga ler naquele dia, eu guardo e leio no dia seguinte. Se eu lesse no tablet, isso não ocorreria. Eu deixaria tranquilamente de ler uns dias sem nenhuma culpa.</p>
<p>Além disso tudo, o jornais tem suas utilidades “periféricas”: forrar o chão para pintar a casa ou para o cachorro fazer xixi, recortar letrinhas e fazer uma carta de ameaça com colagens… No dia que eu ver um cara no mercado embrulhando peixe com tablet, aí sim será o fim dos jornais</p>
<p>Assista ao vídeo:<br /><a href=”http://www.youtube.com/watch?v=fHBqQjDAllc”>http://www.youtube.com/watch?v=fHBqQjDAllc<br /><br /></a><a href=”http://www.youtube.com/watch?v=fHBqQjDAllc”></a>(*) H<span style=”color: #222222; font-family: Arial, Verdana, ‘Times New Roman’; line-height: normal; text-align: justify;”>umorista e palestrante.</span><br /><br /></p>