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São Paulo
21 de novembro de 2024

ISO de inovação: norma visa estruturar, sem burocratizar

<p>No entanto, apesar do crescente interesse das empresas brasileiras pelo tema, ainda há muitas dúvidas sobre o que, de fato, é inovação. E, separar quem realmente é inovador de quem está apenas se apropriando indevidamente do discurso, era uma tarefa quase impossível.<br /><br />Hoje, já não é mais. Empresas de todos os portes e segmentos estão descobrindo a ISO 56002, um modelo de governança internacional que visa estruturar processos inovadores, sem engessar ou burocratizar a geração de novos produtos, serviços ou modelos de negócios. A nova norma já foi adotada por mais de 200 empresas em todo o mundo, sendo seis só no Brasil. <br />A proposta da certificação via atestado de conformidade é criar uma política capaz de suportar a organização no desenvolvimento de novos processos de inovação. Diferentemente de outras normas, essa se propõe a ser um guia de boas práticas, um modelo de diretrizes e não de requisitos, o que garante um sistema muito mais leve e ágil, como demanda a inovação.</p>
<p>Resultado de 11 anos de estudos em um comitê internacional que reuniu mais de 60 países, a ISO 56002 cria as bases para um bom sistema de gestão. Baseada em oito pilares – abordagem por processos, liderança com foco no futuro, gestão de insights, direção estratégica, resiliência e adaptabilidade, realização de valor, cultura adaptativa e gestão das incertezas – a ISO defende que uma inovação pode ser um produto, serviço, processo, modelo, método ou a combinação de qualquer uma delas. Contudo, o conceito de inovação é caracterizado por novidade e valor. Em suma, isso significa que ideias sem a manifestação de valor não são inovações, e sim invenções. <br /><br />Todos os tipos de empresa podem – e devem – buscar a ISO 56002 para garantir que seus processos de gestão da inovação sigam as melhores práticas do mundo. Ao implementar a norma, é necessário definir os objetivos, o propósito, a estratégia, os indicadores de desempenho e, os recursos que serão empregados na inovação – e não só os financeiros, como também os recursos de pessoas, conhecimento, infraestrutura e até mesmo de tempo. <br /><br />Além disso, a ISO 56002 trabalha fortemente no gerenciamento de riscos, entendendo que muitos deles, em vez de ameaças, podem representar oportunidades de inovação. Quando é identificada uma ameaça, é preparado um plano de ação contencioso. Quando é identificada uma oportunidade, ela é automaticamente direcionada para o funil de inovação, onde as ideias são classificadas e priorizadas de acordo com os interesses da empresa. As decisões são tomadas pelos indicadores, e não pelas pessoas.<br /><br />Com isso, o empirismo com que a inovação vem sendo tratada em muitas empresas, é deixado para trás. Com a ISO 56002, não existe receita de bolo. A empresa precisa estabelecer onde pretende chegar e quais esforços está disposta a empregar para alcançar suas metas. Nada de elaborar dezenas de documentos e tornar a inovação ineficiente. A proposta é criar uma base sólida para que a inovação possa gerar ótimos frutos para a empresa e, consequentemente, para toda a sociedade.<br /><br /><em>(*) Engenheiro mecânico, físico nuclear e sócio-fundador da PALAS, consultoria de ISO 56002 na América Latina.</em></p>