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22 de novembro de 2024

Fintechs, bancos digitais, open banking: qual o futuro da tecnologia financeira?

<p>Hoje já são mais de 370 empresas que fornecem soluções, que vão desde meios de pagamentos, gestão financeira pessoal, empréstimos e até mesmo gestão de patrimônio. Não é possível, porém, que haja essa inovação sem o consentimento de consumidores e empresas tradicionais.</p>
<p>Alguns setores sentem essa transformação com mais intensidade, especialmente as instituições financeiras e as empresas de varejo. Uma série de mudanças regulatórias promovidas pelo Banco Central permitiu um maior estreitamento entre essas companhias inovadoras com corporações tradicionais. Desde que o Conselho Monetário Nacional (CMN) liberou as fintechs para ofertar empréstimos com recursos próprios, a procura de varejistas por parcerias com essas empresas de tecnologia financeira se intensificou. A ideia dos lojistas é substituir os bancos na oferta de crédito aos seus clientes e ganhar eficiência. Este seria o diferencial das startups.</p>
<p>É justamente essa mentalidade inovadora um dos grandes diferenciais que tem trazido as fintechs para os holofotes do mercado financeiro e das empresas. Aderir a elas para não perder sua fatia de mercado é a bola da vez nas discussões entre executivos. Exemplo disso é o caso do Nubank. A empresa mostrou a grandes varejistas como o Renner e Saraiva que seus cartões podem servir muito mais que apenas para a compra de produtos. Ou seja, os diferenciais vão muito além do serviço em si. Estamos falando de uma experiência completa que o usuário pode obter.</p>
<p>A fusão de tecnologia financeira, experiência do usuário e reinvenção do varejo cria um ecossistema que deixará de ser novidade para ser mandatório. Nos Estados Unidos, por exemplo, a rede de cafeterias Starbucks criou um cartão que já acumula, em saldo, mais dinheiro que muitos bancos médios americanos. Ao atrelar o cartão fidelidade ao pagamento de seus produtos, a empresa usou a mentalidade fintech para prover melhores serviços, algo que sempre colocou como missão. Aqui estamos falando de fidelização do consumidor.</p>
<p>E fidelizar é também dar liberdade e opção para que o consumidor possa seguir o caminho que mais lhe é conveniente. É o conceito do open banking. A iniciativa integra sistemas de bancos no meio digital, possibilitando a criação de negócios e parcerias. Com a digitalização dos bancos, a medida está se tornando cada vez mais comum – fintechs estão se associando com estas instituições para oferecer a compensação de pagamentos mais rápida para seus clientes, entre outros benefícios.</p>
<p>Algumas das melhorias estão na facilidade em transitar por diversas instituições e optar por aquela que mais atenda aos objetivos. Com o open banking será possível migrar de banco tão fácil como trocar de chip de celular. E por que não, levar junto para o seu novo banco todos os extratos, boletos e lista de favorecidos da sua velha instituição financeira? O Banco Central já enxergava essa possibilidade em 2006, mas só hoje com esse conceito é que temos as ferramentas para concretizar essa visão.</p>
<p>A mesma dinâmica acontece com os cartões multicontas. Com o uso de um aplicativo, você decide de qual conta o cartão deve debitar naquele momento. E essa integração ocorre de novo com a tríade fintechs, bancos e varejo por intermédio dos chamados private-labels. O desafio agora é implementar soluções que englobem os dispositivos móveis. Cabe a esses players trazerem suas próprias plataformas de pagamento para se adaptar à jornada do cliente.</p>
<p>O futuro da tecnologia financeira passa pela evolução dessas novas empresas, e a capacidade de companhias tradicionais se adequarem ao entendimento do consumidor. Isso só é possível por meio de insights estratégicos, processos analíticos e de parceiros adequados que possam fornecer o know-how necessário para que o velho mundo e o novo possam ser um só.<br /><br /><em>(*) Chief Product Officer do Verity Group.</em></p>