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São Paulo
23 de dezembro de 2024

A escassez dos profissionais de segurança cibernética

<p>A solução parece simples: investir em segurança cibernética e contratar mais profissionais da área para reforçar o monitoramento e as respostas a possíveis incidentes. O problema é que faltam pessoas capacitadas para trabalhar na área em todo o mundo. De acordo com o (ISC)², há uma escassez global de mais de 3 milhões de profissionais nas áreas de seguranças cibernética e da informação – mais de 330 mil só no Brasil. Trata-se de um fenômeno mundial, cujo enfrentamento passa, entre outros, por políticas públicas que apoiem a formação e o desenvolvimento de talentos desde cedo, não adianta pensar apenas em capacitação e treinamento para adultos e profissionais que já estão no mercado, essas ações são importantes, mas infelizmente isoladas não resolvem.</p>
<p>O tema é longo e complexo, mas é importante que os grandes empregadores da área entendam que dificilmente encontrarão profissionais prontos para todas as frentes e é preciso uma estratégia mais ampla que os programas atuais e com base na atuação conjunta entre governo, empresas e universidades. A Estratégia Nacional de Segurança Cibernética de diversas nações contempla iniciativas de conscientização da população, capacitação e educação no tema nos diferentes níveis escolares e estende-se até os programas de graduação e pós-graduação. A natureza dinâmica do crime cibernético e a adoção de novas tecnologias por parte das empresas representam um desafio de aprendizado e atualização para os profissionais que se propõem a combater o crime cibernético.</p>
<p>Durante meus 15 anos de atuação como docente dedicados exclusivamente para o tema, vi um número reduzido de empresas dispostas a patrocinar talentos e investir de alguma maneira na formação desses profissionais, o que envolve competências não apenas técnicas. Enfim, esse me parece o caminho: o compromisso entre Empresas-Universidades-Governos.</p>
<p><em>(*) Sócio-diretor da Service IT Security.</em></p>