<p> <span>Anderson da Fonseca (*) </span></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;"><img src="images/artigos/2020/anderson_fonseca_300.jpg" border="0" width="300" height="473" style="float: right; margin: 5px;" /></span></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">A redução de custos sempre foi uma pauta importante na gestão de qualquer empresa. Nos tempos de bonança este já era um tema importante, mas em 2020 as finanças podem decidir a vida ou morte de uma empresa. Nas mãos do gestor de TI ficaram muitas e importantes responsabilidades.</span></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Com a migração em massa das atividades para home office, surgiram novos desafios de segurança e infraestrutura, obrigando as empresas a correr para a sua transformação digital, da noite para o dia. Com as entradas e aportes financeiros reduzidos e – em alguns casos – quase zerados, o gestor de TI tem em suas mãos o desafio de fazer muito mais por muito menos. E tem aquelas – que ainda que aguardam socorro governamental para honrar compromissos impactados pela suspensão de muitas atividades em decorrência do isolamento social.</span></p>
<p>Se os deveres de casa do gestor de TI já não eram poucos, de um momento para o outro, se tornaram maiores e intensos – e tensos! -e olhar com maior atenção para dentro da sua infraestrutura e decidir onde pode fazer cortes ou suspensão de serviços. Desde software, serviços e até redução da equipe de TI. Por mais que a sobrevivência da maioria das companhias neste momento depende como nunca da TI, isto não garante imunidade aos cortes, especialmente pela pouca compreensão que muitos empresários e gestores têm a respeito de como funciona o departamento.</p>
<p><strong><span style="font-size: 12.16px;">Que fazer? O que cortar?</span></strong></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Neste momento delicado, vale uma pergunta ousada: ainda há espaço para o “software de grife”, principalmente durante a pandemia? Há espaço para esta “ostentação”?</span></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Esta analogia de grife é uma verdadeira alfinetada em gestores de TI que até um passado próximo poderiam afirmar com orgulho que utilizavam a ferramenta x ou y, exercendo seu puro direito de ostentação. Afinal, por gerir em uma grande empresa, por que não utilizar a ferramenta mais glamorosa do mercado!? Mas a pandemia da Covid-19 nos colocou a todos em uma situação igualitária e de grande risco, na saúde na economia e até na vida em si.</span></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">O que já soou glamoroso há alguns dias, hoje pode ser o símbolo do desrespeito com colegas e com a própria companhia. Em um momento em que milhares de pessoas perdem seus empregos, alguns gestores de TI ainda insistem em grifes de software que exceto pelo glamour, não entregam nada a mais do que muitas soluções de excelência do mercado que custam 10% de seus preços. </span></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Uma gestão inteligente de TI leva em consideração outros fatores: espera-se investimentos alinhados com os benefícios que a ferramenta em questão traz para a empresa. E enquanto ostentação não fizer parte do retorno de investimento, fica impossível pagar extra pelo glamour de uma grife. Podemos reconhecer o valor de uma marca, mas infelizmente não é mais justificável pagar centenas de milhares de reais extras em nome que, na verdade, pode não passar de pura ostentação.</span></p>
<p>Devemos voltar os nossos olhos para soluções de software alternativas que ofereçam uma proposta de valor que possa se adequar aos momentos difíceis atuais e futuros, com propostas justas e justifiquem o investimento. Se feito um quadro comparativo entre as soluções de grandes marcas versus marcas alternativas, poderemos observar diferenças reveladoras: há casos onde a variação de preços chega a até 90% menor e com funcionalidades e características muito melhores – ou pelo menos similares – do que as mais renomadas ferramentas de gestão de TI do mercado. Ou seja, pode-se pagar até apenas 10% do preço da concorrente.</p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Por irônico que possa parecer, oferecer as mesmas features que outras gigantes do mercado por um preço muito menor, nem sempre é o maior atrativo para um negócio para as empresas desenvolvedoras de software. Já foi o tempo em que o mercado de TI abrigou “com carinho” muitos negócios milionários na área de software, regados a champagne, voos privados de jatinho e outras glórias que só algumas grifes poderiam oferecer. Mas, e agora em que vivemos tempos pandêmicos? Agora que Paris está fechada e ir pra Las Vegas não é mais uma opção: será que ainda há justificativa para sacrificar tanto os orçamentos das empresas?</span></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Reconheço que aqui temos um artigo provocativo em resposta – incômoda, aliás – para pergunta que ninguém quer fazer em voz alta, mas certamente tem assombrado a mente de muitos gestores enquanto olham para dentro de suas estruturas em busca de onde cortar.</span></p>
<p><span style="font-size: 12.16px;">Com todas as dúvidas, com todas as perguntas, com todas as incertezas que este momento traz eu me agarro a uma certeza. Não haverá mais tanto espaço para ostentação no novo normal que vem após a pandemia, não haverá mais tanto espaço para este comportamento e talvez não sobre nem sequer tanto espaço para os profissionais que insistam em pactuar com a velha ostentação das grifes.</span></p>
<p><em><span style="font-size: 12.16px;">(*) Gestor de Negócios e de Customer XP da ACSoftware, fornecedora de tecnologias e serviços baseados nas tecnologias ManageEngine.</span></em></p>
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